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O vice-prefeito de João Pessoa, Nonato Bandeira, foi escolhido por aclamação o novo presidente do Partido Popular Socialista (PPS) na Paraíba, durante o congresso realizado na manhã desta sexta-feira (8), no Hotel Hardman, em João Pessoa.
Apenas 13 diretórios e 20 comissões provisórias puderam participar da votação, após aprovação de resolução feita pela Comissão Provisória do partido, que desconsiderou as eleições realizadas em 14 dos 27 diretórios municipais. Com essa decisão, a chapa liderada pelo prefeito de Bananeiras, Douglas Lucena, ligado ao grupo da deputada estadual Gilma Germano, decidiu retirar sua candidatura.
As discussões em torno da resolução chegaram a gerar confusão e um debate acalorado entre os dois grupos oponentes. Foram considerados inválidos, por exemplo, os congressos municipais de Aroeiras, Bananeiras, Barra de Santa Rosa, Barra de São Miguel, Itabaiana, Malta, Mulungu, Picuí, Pombal e Salgado de São Félix.
Conforme o presidente da Comissão Provisória, Régis Cavalcanti, a resolução foi criada para evitar que a lisura da eleição para o diretório estadual fosse contestada judicialmente. Os congressos foram considerados inválidos em virtude da falta de quórum. “O partido vem passando por um processo traumático”, disse Régis Cavalcanti.
A pretensão do novo presidente, Nonato Bandeira, é fortalecer o partido e propor uma cara nova à legenda e garantiu ainda a formação de chapas para deputados estadual e federal, porém, a majoritária será discutida posteriormente. Quanto à postura do partido em relação ao governo do Estado, Nonato afirmou que será definida em reunião com os filiados.
“A postura agora é de fortalecimento. Vamos reconstruir o partido, realizar um recadastramento para ver quem são os filiados. Nem sede própria nós temos. Nossa intenção é também aprofundar o diálogo com os filiados, a longo prazo queremos estar em todos os municípios da Paraíba”, disse Nonato.
Contrário à eleição de Nonato Bandeira, o prefeito de Bananeiras, Douglas Lucena, não deixou claro se pretende acionar a Justiça para anular o congresso estadual. “Até 2014 muita coisa pode acontecer. Com essa Resolução eu não poderia votar em mim mesmo. É uma situação lamentável.
Retiramos a candidatura porque antes mesmo da eleição, o PPS criou uma comissão para avaliar quem poderia votar ou não. Essa é uma eleição que foi orquestrada há muito tempo”, denunciou Douglas Lucena.
Antes da eleição ser realizada, o presidente da Comissão Provisória do partido, Régis Cavalcanti, chegou a criticar a judicialização dos embates internos da legenda. “É um ponto lamentável. As questões internas do partido precisam ser discutidas internamente. Nós da Executiva Nacional não fomos consultados em nenhum momento sobre levar as questões de divergências internas para a Justiça, afinal todos são filiados do partido”, ressaltou Régis Cavalcanti.
A resposta foi em retaliação a ação judicial movida pelo suplente de vereador Professor Gabriel para impedir a realização do congresso municipal de João Pessoa. No mesmo dia uma outra liminar garantiu a realização do congresso e a eleição do vereador Bruno Farias.