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Foto: Açude de Taperoá |
Pelo menos sete cidades da Paraíba estão sofrendo colapso no abastecimento d’água desde o início deste ano por conta da seca e a empresa de abastecimento do estado, a Cagepa, teve que suspender as contas de pelo menos 66 mil moradores.
As cidades em que não há mais água nos mananciais para serem distribuídas nas torneiras das moradias são Triunfo, Carrapateira e São João do Rio do Peixe, na Região de Cajazeiras, a 468 quilômetros de João Pessoa; Nazarezinho, na Região de Sousa, a 427 quilômetros da Capital; e Taperoá, Emas e Imaculada, na região de Patos, cidade a 320 quilômetros de João Pessoa.
De acordo com o gerente regional da Cagepa, em Cajazeiras, Cleudismar Alexandre, não há mais como levar água aos moradores dessas cidades e se não chover até maio do ano que vem o suficiente para que os mananciais acumulem água, o colapso poderá atingir até 80 por cento das cidades do Sertão do Estado.
Ele informou que o manancial que abastece a cidade de Carrapateira, por exemplo, está praticamente seco. O açude tem capacidade para 343 milhões de metros cúbicos de água e está com apenas 663 metros cúbicos, segundo dados da Agência Estadual de Gestão das Águas (Aesa).
Sem água para abastecer os moradores, a Cagepa está perfurando quatro poços artesianos para levar o produto para as pessoas, através de carros pipa. Outra medida para tentar amenizar o sofrimento das pessoas por alguns dias foi estender a rede de captação para transportar água do açude do distrito de Bom Jesus.
“A situação é dramática. No açude Lagoa do Arroz, em Cajazeiras, de onde está sendo retirada água para que carros pipa abasteçam áreas que estão em estado crítico, existem somente dez milhões de metros cúbicos, ou seja 12 por cento da capacidade do açude e a perspectiva é que daqui a cem dias, o manancial poderá entrar em reserva mínima”, alertou.
Na região de Patos, são três cidades que entraram em colapso, mas a perspectiva é de que daqui a mais três ou quatro meses, a cidade de Princesa Isabel que possui 21 mil habitantes, também estará na lista dos município em colapso e deixará de ser abastecida com água tratada da Cagepa.
Nos maiores municípios do Sertão, a população vem sofrendo racionamento. Em Patos, por exemplo, que possui mais de 100 mil habitantes, a cidade foi dividida em quatro setores. Cada um deles recebe água durante três dias e passa um dia sem água.
Os dois açudes que abasteciam a cidade, a Farinha e o Jatobá, já secaram. O abastecimento em Patos está sendo feito através de uma adutora que traz água do açude de Coremas que fica no município do mesmo nome, a 70 quilômetros de lá. O manancial tem capacidade para acumular 720 milhões de metros cúbicos de água e está com 206 milhões, ou seja 28 por cento da capacidade.
A distância percorrida para que a água chegue a Patos criou outro problema. Segundo a gerência regional da empresa de abastecimento, são constantes os defeitos apresentados pela adutora devido às populações das zonas rurais pelo caminho onde a tubulação passa interferirem nos equipamentos para tentar captar água. As zonas urbanas de praticamente todos os municípios do Sertão estão contando somente com a água de caminhões pipa, que nem sempre chegam regularmente.
Na região de Sousa, a população da cidade de Nazarezinho não está mais recebendo água nas torneiras desde que as comportas do acude Engenheiros Avidos, conhecido como Boqueirão, foram fechadas devido a baixa no reservatório.
O manancial que tem capacidade para acumular 255 milhões de metros cúbicos de água está apenas com pouco mais de 30 milhões, ou seja, 12 por cento de sua capacidade.
Portal Correio
Foto da internet