31
Sinônimo de esperança para a população que sofre com uma das mais severas secas dos últimos 50 anos na região, as fortes chuvas que caíram na Paraíba entre a tarde de segunda-feira e a madrugada de ontem também deixaram um rastro de destruição, trazendo medo e prejuízos para moradores de vários municípios atingidos pelo temporal, principalmente no Agreste paraibano. Segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa) choveu em 69 municípios do Estado, dentre eles Coxixola, no Cariri paraibano, onde foi registrado o maior índice de precipitação, 82 milímetros (mm).
Além da precipitação e da forte ventania relatada por moradores de várias cidades, também choveu granizo nos municípios de Massaranduba e Alagoa Nova, ambos no Agreste do Estado.
Um dos municípios mais afetados pela chuva foi Massaranduba, onde a prefeitura já decretou estado de calamidade pública. No município choveu cerca de 33,5 mm, precipitação que foi suficiente para desabrigar pelo menos dez famílias da zona rural e derrubar cerca de 300 árvores. Quatro igrejas e duas escolas também perderam os telhados em virtude do granizo e dos fortes ventos que atingiram a cidade.
Segundo a prefeita de Massaranduba, Joana Darc Queiroga, as áreas mais prejudicadas foram as comunidades rurais de Cachoeira do Gama, Caiana e Imbiras.
De acordo com a prefeita, o acesso até os locais de risco da cidade foi comprometido pelo acúmulo de lama e barro. Ainda conforme a gestora, o nível de destruição na zona rural da cidade pode ser muito maior que o já detectado.
“Nós necessitamos que todos vejam o nível do desastre que atingiu Massaranduba. Várias residências foram literalmente destruídas, em outras o telhado ficou danificado, árvores centenárias caíram, plantações queimaram. Estamos decretando estado de calamidade pública e já encaminhamos caminhões equipados para retirar o entulho e chegar até as vítimas e assim nos mobilizarmos para ajudar as famílias atingidas”, disse. Sobre os desabrigados, Joana Darc informou que eles estão em residências de familiares, mas a prefeitura estuda viabilizar moradias provisórias para acomodar essas pessoas.
Conforme a própria prefeita admite, um dos problemas que está dificultando o trabalho de socorro nas áreas atingidas é o fato de Massaranduba não possuir Defesa Civil municipal. “Estamos elaborando o projeto para implantar a Defesa Civil do município, mas por enquanto dependemos do socorro do Corpo de Bombeiros de Campina Grande”, completou. Indagada sobre a questão, a comandante do 2º Batalhão de Bombeiros Militares (BBM), sediado em Campina Grande, tenente-coronel Jousilene Sales, informou que a unidade foi acionada pela prefeitura na última segunda-feira apenas para ficar em estado de alerta.
“Depois disso, não recebemos mais nenhum chamado da cidade”, pontuou. (Colaborou Déborah Souza)
Fernanda Moura
Jornal da Paraíba