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Faltando apenas 26 dias para a abertura da Copa do Mundo, o Brasil, país sede da competição, se projeta no noticiário internacional mais pelo clima de insegurança do que propriamente pelo que deveria ser o foco principal da festa, a bola.
A insegurança no Brasil está sendo mostrada em todos os aspectos, seja na estrutura dos suntuosos estádios construídos com dinheiro público, seja nos protestos de rua.
O governo federal, através dos setores de fiscalização do Ministério do Trabalho, reprova as instalações da Arena do Corinthians, onde acontecerá o jogo de abertura. O próprio governo atesta a sua incompetência.
Nas ruas de várias capitais brasileiras, pesados protestos exigem que o governo adote o Padrão FIFA também para os hospitais, as escolas, o saneamento básico, as estradas. O povo reclama que o governo torrou para preparar o país para a Copa muito dinheiro que falta para resolver os problemas básicos da população.
Diante do quadro de instabilidade verificado nos últimos dias, a expectativa agora é sob o tamanho dos protestos do mês de Junho da Copa, das possíveis arruaças e outros azares desse tipo de situação.
E o medo já atinge o próprio governo, o mesmo que deveria garantir a segurança da sociedade. A própria presidente Dilma diz coisas como “botaremos segurança pesada na Copa”, como em seu discurso para o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
O governo não poderia anunciar atitude diferente porque, além das manifestações políticas, há projetos de arruaças. Uma ocasião a princípio festiva teve de ser tratada como operação literalmente de guerra, com as Forças Armadas atuando em toda a retaguarda e também na contenção, como disse a presidente.
Setores mais radicais trabalham um movimento “Não Vai Ter Copa” que por enquanto consegue reunir apenas militantes e aficionados, em manifestações relativamente pequenas. Sob as milhares de câmeras da mídia mundial, mil manifestações podem florescer e a situação tornar-se insustentável.
Enquanto patriotas, vamos torcer pelo Brasil. Que as chuteiras estejam mais em evidência que os cacetetes e as metralhadoras.
Que a segurança prevaleça no país do futebol e que a cabeça do povo brasileiro, durante a Copa, esteja voltada para a paz.
E que, mesmo diante dos fatos negativos, o mundo veja o Brasil como O PAÍS DA BOLA.
E não como O PAÍS DA BALA.
Por Simorion Matos