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Renan Mamede, Paulo Sérgio Barros, Josenildo Gonçalves e Flávio Torreão ficaram “enchiqueirados” e não puderam entrar e abrir a sessão, mesmo que pela falta que quórum não poderiam deliberar nenhuma matéria, mas poderiam discutir e traçar encaminhamentos.
Difícil entender o posicionamento de alguns vereadores serra-branquenses.
Na semana passada, os vereadores da base governistas aprovaram as contas do exercício financeiro de 2010 do prefeito Eduardo Torreão, apesar das 13 irregularidades apontadas pela auditoria do TCE e do Parecer deste tribunal reprovando tais contas, ratificando assim o apoio irrestrito ao prefeito.
As contas foram aprovadas por dois terços dos vereadores, que é a proporção mínima regimental.
Votaram favoráveis ao prefeito, os vereadores Hércules Holanda, Diógenes Sales, Carlos Kléber, Flávio Torreão, Paulo Sérgio Araújo e Heydrich Dias. Contrários a isto e em favor do Parecer do Tribunal, votaram os vereadores Renan Mamede, Paulo Sérgio Barros e Josenildo Gonçalves.
Ontem, 26, seria só mais uma sessão, e mais uma vez tramitaria um projeto do executivo em regime de urgência (que virou regra), que trata do piso salarial dos Agentes Comunitários de Saúde. Segundo o vereador Renan Mamede, a proposta do prefeito é adequar o piso dos ACS, conforme Lei Federal, mas sem incorporar o aumento aos vencimentos e sim através de gratificações. Ainda segundo o vereador, a base aliada que nesta eleição está em palanque diferente do prefeito, não concorda em votar o projeto em regime de urgência, e para não derrubar o pedido de urgência, boicotou a sessão.
Causa e efeito
O efeito disso só veremos pós-eleições, mas a causa ou o motivo deste boicote tem a ver com a campanha que ora acontece e pasmem, tem “caroço nesse angu”. (E o caroço é de milho mesmo).
Para não fortalecer o prefeito num momento em que ele se alinha ao tradicional rival em torno da candidatura de Ricardo Coutinho, os vereadores que são da base governista, mas que não o acompanha nestas eleições, ficaram numa sinuca de bico: como aprovar uma urgência do executivo e ao mesmo tempo dar uma satisfação ao “candidato do milhão” e ainda, o que dizer aos agentes comunitários de saúde? A saída foi boicotar a sessão e protelar a decisão, ou seja, não tiveram coragem para dizer a população que estão a serviço de uma candidatura, e nesse caso, em detrimento do povo. (Vale observar que o secretário de saúde do município também está neste grupo milionário)
Em tempo: Aprovar um projeto que beneficia uma classe, apesar de ser por efeito cascata, é fortalecer o prefeito ou a classe trabalhista?
Em tempo II: Se é contra a urgência porque não derruba esta e discute o projeto no trâmite normal? O que há de errado nisto? Faz parte do Poder Legislativo, a discussão, a possibilidade de emendas ao projeto, inclusive a não aprovação.
Em tempo III: O problema é o tal do palanque político que se perpetuou na Casa Leidson da Silva. Não se discute mérito de matéria e sim, de onde vem tal matéria, ou quem é o autor da matéria. Se for conveniente, aprova-se!
Com No Meu Cariri