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Antônio Gomes da Rocha, também conhecido como Paraíba, tem 67 anos, e está em Brasília há 25. Nascido em Sumé, no estado nordestino, Antônio tem o sonho de voltar à cidade natal e rever a família. Ele trabalha como catador de lixo e mora em uma casa alugada, há dois anos. Quando pode, paga R$ 250 pela moradia. Mesmo vivendo em uma situação difícil, Paraíba sonha em reencontrar a família.
Ivone Rodrigues, amiga de Paraíba, confirma que, em Brasília, ele tem poucos amigos para cuidar dele e que ficou tocada pela história de vida do paraibano. Mesmo assim, o catador diz que uma dívida de gratidão com os amigos que ele construiu em Brasília poderiam impedir a volta dele para sua cidade natal. Ivone, diz que a amizade continua.
— Amizade se constrói em qualquer lugar. As amizades que estão aqui, ficarão para sempre. Ele tem que voltar para a família dele. Ele sofre demais.
Sebastião, que nasceu na mesma cidade de Paraíba e hoje mora em Taguatinga (DF), disse que se sentiu tocado pela história e pediu que sua família tentasse localizar os parentes de seu Antônio, na cidade paraibana.
— Entrei em contato com meus irmãos e eles acharam a família do seu Paraíba. A mãe dele está viva.
Rosa Josefa da Conceição, mãe de Antônio, está viva e tem 97 anos. Francisco Duarte da Silva Neto, que é prefeito de Sumé pela quinta vez – e também médico – viu uma reportagem e teve acesso ao caso. Coincidentemente, ele viria para o HRC (Hospital Regional de Ceilândia) encontrar com sua filha e resolveu conhecer de perto o seu Paraíba.
— Vamos ouví-lo, ouvir a família dele em Sumé, analisar as condições financeiras e, se ele quiser voltar, minha filha e meu genro vão se encarregar de colocá-lo em um avião e levá-lo até a cidade.
Neto salienta que se os familiares não tiverem condições de recebê-lo, Paraíba irá a um abrigo, onde terá assistência de saúde e alimentação. Empolgado, o catador de lixo ainda mandou um recado para sua mãe:
— Mãe, estou chegando.
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