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No mês de agosto, o saldo de empregos formais na Paraíba foi de 5.511 postos. Ao todo, foram 18.767 admissões e 13.256 desligamentos. Em relação ao mesmo período do ano passado (4.902 empregos), o Estado mostrou alta de 12,42%. O incremento foi impulsionado, pelo segundo mês seguido, pelos setores da indústria de transformação (2.973), da agropecuária (1.301) e serviços (1.055).
Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego, divulgados ontem através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No Nordeste, a Paraíba apresentou o melhor saldo de vagas do Nordeste, ficando atrás apenas do Ceará (9.717) e Pernambuco (8.504).
O economista Celso Mangueira afirmou que enquanto o Estado estiver inserido no período de colheita da cana-de-açúcar e no auge da produção de itens feitos com esta matéria-prima, a agropecuária e a indústria de transformação irão registrar saldos positivos. No entanto, estas vagas não são permanentes. “Com o período de seca houve queda de mão de obra nestes setores. E agora os empresários retomaram o número de empregos. Mas vale lembrar que são vagas temporárias, que tende a cair na entressafra”, frisou.
Segundo o economista, a área de serviços na Paraíba é um dos destaques da economia local e que ao longo dos anos tem tido uma participação positiva na geração de riquezas do Estado. “É um dos esteios da economia paraibana. Com a melhoria do emprego e da renda da população, o setor de serviços tende a crescer. Antigamente, por exemplo, pessoas de menor poder aquisitivo se arrumavam em casa e agora estão buscando cada vez mais os salões de beleza. A alta das contratações em agosto pode ter sido motivada também pelas empresas de telemarketing, que vem gerando muitas contratações”, enfocou.
Já o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Paraíba, Renato Silva, afirmou que historicamente a geração de postos de trabalhos nos meses de julho e agosto são alavancados pela cadeia produtiva do setor sucroalcooleiro, gerando empregos tanto no setor da agropecuária, como também no subsetor da indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico.
“Em média, a geração de emprego nesse setor obedece a um fluxo sazonal que se inicia em junho e atinge o pico de geração de empregos em agosto. Em setembro, ainda gera bastante emprego. No entanto, em outubro e novembro começa a desaceleração na criação de vagas, obtendo pequenos saldos positivos. E a partir de dezembro passa a ter saldos negativos”.
Renato Silva lembrou que o destaque da Paraíba no cenário do Nordeste ocorreu por causa do bom desempenho no subsetor indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico. “Tivemos um bom resultado, principalmente quando se compara a estados como Bahia, Maranhão e Rio Grande do Norte. Enquanto a Paraíba gerou 2.225 empregos nesse subsetor, a Bahia gerou 120 empregos, o Maranhão 119 e o Rio Grande do Norte 37”, frisou.
O Caged mostrou também em agosto que a construção civil teve saldo negativo (-60 postos). Para Celso Mangueira houve um desaquecimento nas vendas desta atividade este ano. Um dos motivos é o endividamento das famílias.
No acumulado do ano
De janeiro a agosto, a Paraíba acumula 7.926 postos de trabalho, alta de 380,94% sobre o acumulado de 2013, que gerou apenas 1.648 empregos.
Alexsandra Tavares (JP)