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O jornalista paraibano e ex-assessor de Comunicação de Eduardo Campos, Evaldo Costa, foi ouvido pela cúpula do PSB na tomada de decisão do partido em apoiar a candidatura do tucano Aécio Neves, para a presidência da República, no segundo turno.
Após fazer uma análise da conjuntura política e comparar a candidaturas, Evaldo Costa opinou pela candidura tucana. “Por respeito à história do PSB e aos valores da esquerda brasileira, que desde a adolescência pautam minhas escolhas políticas, afirmo que apostar no futuro é votar em Aécio”, disse Costa.
Evaldo Costa analisou que votar no PT no segundo turno seria a mesma coisa que dizer: “está tudo bem” e que o rumo tomado pelo Brasil nos últimos anos é o que deveria seguir.
“Os patrulheiros e os apressados foram logo pontuando que seria um erro, e que o caminho único, obrigatório, seria o apoio a Dilma e ao PT. Ora, foi também Miguel Arraes que ensinou que, quando o conteúdo não se ajusta à forma, rompe-se com a forma e reafirma-se o conteúdo”, afirmou Costa ao apontar motivos para não ser fechada aliança com o PT.
“Todos os indicadores demonstram que perdemos competitividade. Estagnamos na educação e a economia dá sinais claros de uma grave recessão, ameaça a tantas outras conquistas obtidas com enorme sacrifício. Desemprego e inflação, que pareciam males definitivamente enterrados, voltaram ao nosso cotidiano”, analisou.
Confira o artigo de Evaldo Costa, na íntegra publicado no Jornal do Comércio, deste sábado (11).
Forma e conteúdo
É da tradição do PSB, desde que Miguel Arraes assumiu a presidência, em 1990, tomar posição, sem vacilações. E escolher, sempre, o lado do povo. O lado que busca o melhor para o País. E fazer isso sem perder de vista a necessidade de construir alianças que somam esforços e conduzem a avanços. Alianças que, por definição, unem diferentes em torno de um projeto comum,
A escolha feita pela direção nacional do PSB – Aécio Neves para presidente – se inscreve perfeitamente nesta lógica. Os patrulheiros e os apressados foram logo pontuando que seria um erro, e que o caminho único, obrigatório, seria o apoio a Dilma e ao PT. Ora, foi também Miguel Arraes que ensinou que, quando o conteúdo não se ajusta à forma, rompe-se com a forma e reafirma-se o conteúdo.
Temos assistido ao desenrolar de fatos de enorme gravidade e ao desencadear de processos que inquietam a todos os que sonham com um Brasil mais justo, equilibrado e em condições de garantir o espaço que é seu, por direito, entre as nações do mundo.
Depois de concretizar importantes avanços com a superação da ditadura, implantação do regime democrático, a estabilização da economia e a expressiva redução das nossas históricas desigualdades, temos experimentado retrocessos que configuram uma séria ameaça a tudo o que conquistamos com tanto esforço.
A perda de confiança dos investidores no Brasil, a ausência de um foco estratégico sobre o País que queremos para o futuro e as dificuldades que o atual governo tem demonstrado para transformar em realidade projetos e ações fundamentais são alguns dos problemas que precisamos resolver urgentemente. Todos os indicadores demonstram que perdemos competitividade. Estagnamos na educação e a economia dá sinais claros de uma grave recessão, ameaça a tantas outras conquistas obtidas com enorme sacrifício. Desemprego e inflação, que pareciam males definitivamente enterrados, voltaram ao nosso cotidiano.
Foi a partir da percepção desta realidade e da crítica madura, refletida a tantos descaminhos (e nem mencionei aqui a corrupção desenfreada…), que foi lançada a candidatura Eduardo Marina, mobilizadora de tantas energias positivas e de tantas expectativas do povo brasileiro.
Não se faz omelete sem quebrar ovos. Não se segue adiante sem deixar no caminho a carga que limita os movimentos e nos ata a um tempo/espaço ruim. Arraes deu a senha e Eduardo sabia disso como ninguém.
Convocado pelos companheiros da direção nacional a opinar no debate prévio, fui claro: votar no PT seria dizer que está tudo bem. Que o rumo tomado pelo Brasil nós últimos anos é o que deveríamos seguir. Que a mistura de patrimonialismo corporativista e aparelhamento partidário da máquina pública são um destino do qual não podemos escapar.
Nada mais equivocado. Por respeito à história do PSB e aos valores da esquerda brasileira, que desde a adolescência pautam minhas escolhas políticas, afirmo que apostar no futuro é votar em Aécio.
Com MaisPB