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A falta de chuvas está fazendo com que a situação hídrica do Estado entre em colapso. A realidade que a Paraíba apresenta é preocupante; açudes secos, animais morrendo e milhares de pessoas sem água nas torneiras. No Cariri, a população está ameaçada de um colapso em seu abastecimento, mas as instituições a exemplo da Cagepa, AESA, DNOSCS, ANA e o próprio fiscal da lei, o Ministério Público, parecem preferir fugir do problema.
Cada dia que passa a porcentagem de água nos açudes diminui. Dados divulgados pela Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa) apontam uma crise de abastecimento. Segundo o secretário estadual de Recursos Hídricos, João Azevedo, a capacidade de armazenamento das barragens paraibanas está avaliada em cerca de 30%. Na cidade de Boqueirão, por exemplo, o volume de água no açude Epitácio Pessoa é de 25% e o Ministério Público da Paraíba já recomendou a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) a antecipação do racionamento de água em Campina Grande e demais municípios que são abastecidos pelo manancial.
Quando se trata do Cariri a situação é mais crítica ainda uma vez que o açude Cordeiro, maior manancial da região situado na cidade do Congo, está com apenas 10% de sua capacidade total e metade desta porcentagem é de volume morto. Até o momento as autoridades não tomaram nenhuma providência para racionar as águas do Congo, essa inadimplência pode ser refletida até mesmo por questões políticas, já que estamos em ano eleitoral. A tendência é que o açude continue perdendo volume sem perspectivas de recargas até dezembro, por conta da estiagem que afeta o Cariri e todo o estado.
O estado deveria patrocinar campanhas de conscientização nos veículos de comunicação do Cariri para que as pessoas possam economizar esse líquido tão precioso e que vai acabar em pouco tempo, já que não há previsão de chuvas. A adutora do Congo tem capacidade para 69.965.945 m³ e hoje está apenas com 7.219.005, possui extensão total de quase 138 quilômetros e abastece os municípios de Serra Branca, São João do Cariri, Sumé, Parari, Gurjão, Prata, Ouro Velho, Amparo, Monteiro, São José dos Cordeiros e Livramento.
O especialista em recursos hídricos Leonaldo Farias conhecido popularmente como Dr. Leó já havia alertado que o racionamento na adutora do Congo deveria ter sido iniciado antes do açude chegar ao nível que está atualmente, correndo o risco de secar a qualquer momento. “É preciso que haja uma mobilização das autoridades competentes e que a população além de economizar também se pronuncie e cobre dos governantes uma atitude diante da situação crítica em que se encontra o Cariri”, afirma Dr. Léo.
Caso o açude do Congo entre em colapso, mais de 100 mil pessoas ficarão sem água no Cariri, para se ter uma ideia somente em Monteiro, 32,2 mil habitantes deixarão de receber abastecimento. Com a palavra as autoridades responsáveis para que tomem as providências necessárias e medidas emergenciais que amenizem o sofrimento que a falta de água proporciona na vida de todos os Caririzeiros.
De olho no Cariri