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Açude de Boqueirão: Cagepa prepara racionamento em 19 cidades

by Redação
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A escassez das chuvas na Paraíba fará com que 634.926 pessoas se adaptem à rotina de economizar água, em Campina Grande e mais outras 18 cidades abastecidas pelo Açude Epitácio Pessoa (Boqueirão). Como o reservatório se encontra com apenas 25,5% da sua capacidade total, o equivalente a 104.905.066 metros cúbicos, segundo dados da Agência Executiva de Gestão de Águas da Paraíba (Aesa), a Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (Cagepa) preparou um plano de racionamento com o intuito de reduzir o volume de retirada do manancial.

Para garantir a distribuição de água à população que é abastecida pelo açude, o gerente regional da Cagepa, Simão Barbosa, informou que, a partir de estudos realizados pelo órgão, foram traçadas metas para a diminuição da saída dos recursos hídricos do reservatório. “Vamos reduzir a vazão de 1.352 litros por segundo para 1.080 até que o reservatório seja reabastecido, o que deverá acontecer em um ano. Se não houver nenhuma recarga no açude, vamos entrar com uma nova meta, que vai ser de 812 litros por segundo”, disse.

Paralelo ao plano de racionamento, a Cagepa está desenvolvendo o plano de contingenciamento, que, de acordo com o gerente, intensificará a fiscalização das águas cortadas e servirá como uma ação complementar no combate ao desperdício de água. Além disso, Simão Barbosa disse também que serão instalados novos hidrômetros, para medir o consumo de água feito pela população, que deve se conscientizar e reduzir os gastos do líquido no ambiente doméstico.

“Todo mundo vai ter que diminuir o consumo em torno de 30% nas suas residências. Quem consumia 150 litros, vai ter que reduzir para 100 litros. São esses pequenos detalhes vão fazer a diferença”, orientou. (Especial para o JP)
Mudança de comportamento

Mesmo a Paraíba sendo um estado onde a população sempre teve que lidar com os problemas da seca, muitas pessoas ainda têm dificuldade em adotar hábitos para economizar água. Para o pesquisador de recursos hídricos e também vice-presidente do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Salomão Medeiros, a mudança de comportamento no ambiente domiciliar, voltada para o bom aproveitamento dos recursos hídricos, é uma das formas de conter o desperdício da água.

Medidas simples como reduzir o tempo do banho, manter as torneiras fechadas enquanto não utiliza a água para passar o sabonete no corpo ou escovar os dentes, por exemplo, são práticas que contribuem para a diminuição dos gastos desse líquido vital, segundo o pesquisador. Ele aconselha também a substituição do uso de mangueiras por baldes ou bacias com água para lavar a louça, calçadas ou automóveis, pois esses recipientes permitem com que as mesmas ações sejam realizadas fazendo uso de menos água.

Ainda de acordo com Salomão, as pessoas precisam criar o hábito de captar a água das chuvas e de reutilizá-la sempre que possível em suas residências. Para quem não consegue se adaptar com facilidade às mudanças de hábitos, existem recursos tecnológicos como sensores em torneiras e chuveiros com regulagem para vazão, que ajudam no controle do uso da água. “As tecnologias são fruto da não mudança de hábitos”, destacou.

Eloyna Alves – Jornal da Paraíba

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