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Dezessete municípios e cinco distritos da Paraíba estão com sistema de abastecimento de água paralisado.O problema da falta de água nas torneiras afeta 195.380 pessoas. Do total de cidades em colapso, nove estão com reservatórios em situação crítica, ou seja, com menos de 5% da capacidade total.
Cidades como Triunfo, Nova Floresta, Pilões, Alagoa Grande e Esperança estão na lista dos municípios com o problema. Além disso, mais 35 cidades e oito distritos já fazem racionamento, e outros 10 estão em alerta.
A situação é mais crítica entre os municípios de Montadas, São João do Rio do Peixe, Carrapateira, Algodão de Jandaíra, Cuité, Serra Redonda, Areial, Riacho de Santo Antônio e Desterro.
Nessas localidades o nível nos açudes está quase zero. Esses municípios estão localizados em boa parte nas regiões do Agreste e Sertão. A cidade de Carrapateira, com população de 2.566 habitantes, no Sertão, é a que está com o pior volume de armazenamento. Ela é abastecida pelo açude Bom Jesus, com capacidade de 343.800 metros cúbicos (m³), porém atualmente está com apenas 182 m³.
Segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa), a Paraíba possui 51 reservatórios com capacidade armazenada superior a 20% do seu volume total, 37 em observação, e 36 reservatórios em situação crítica. A capacidade máxima total de armazenamento de água do Estado, através das barragens e açudes, é de 3.744.547.815 m³ e o volume atual totaliza 789.927.543 m³. Para se ter uma ideia da escassez de água nos reservatórios, e como o volume vem baixando nos últimos anos, a Bacia Hidrográfica de Jacu, que abastece Cuité, Agreste, está em situação crítica, pois tem capacidade de 12.367.300 m³, mas acumula apenas 219.710 m³.
De acordo com o diretor presidente da Aesa, José Fernandes da Silva, os municípios estarem com 5% do seu abastecimento total significa que no açude ou na barragem o nível da água é quase zero. “Já estamos com barragens como a de São José de Lagoa Tapada com nível zero, a de São Francisco, a de Carrapateira. Realmente é uma situação bastante crítica, pois quando dizemos que existe um colapso é justamente porque nos reservatórios não existe água ou não existe quantidade suficiente para abastecer a cidade, muito menos ser distribuída para as demais”, alertou.
ALAGOA GRANDE
Alagoa Grande, Agreste, que tem 28.689 habitantes, está também entre as cidades sem água e que vêm sendo abastecidas com carro-pipa. Com a falta de chuvas, as barragens de nível Quinze e Serra Grande baixaram a vazão de 60 m³ para 4 m³, o que é considerado insuficiente para abastecimento.
De acordo com o prefeito da cidade, Hildon Régis, Alagoa Grande conta com oito poços artesianos e um chafariz, mas a água não serve para consumo. O açude de Areia abastecia a cidade, porém está com reservatório quase seco. A solução encontrada pela prefeitura foi pegar água em Cuitegi com um carro-pipa, no entanto, por conta da distância, a prefeitura enfrenta dificuldades para a água chegar à cidade. Em maio e novembro do ano passado, a Secretaria Nacional da Defesa Civil reconheceu dois pedidos de situação de emergência de Alagoa Grande, um em maio e outro em novembro, e fez dois pedidos ao Ministério da Integração solicitando recursos para enfrentar a estiagem.
Segundo a assessoria de comunicação da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), o município assim como os demais entraram em colapso por causa da estiagem, fazendo com que não haja volume de água suficiente para abastecer açudes e realizar a distribuição.
Conforme a Cagepa, para amenizar o problema está sendo construída a Barragem Pitombeira com capacidade de até 2,9 milhões de m³ de água e 120 metros de comprimento. Ela está com previsão para ser entregue esse ano e ajudará a abastecer as cidades de Alagoa Grande e os municípios limítrofes como Juarez Távora, Areia, Mulungú, Serra Redonda, Alagoa Nova, Gurinhém, Matinhas, Serra Redonda e Alagoinha.
Segundo a meteorologista Marle Bandeira, as cidades das regiões do Agreste, Brejo e Litoral tendem a sofrer com a falta de água nesse período. “Só a partir do mês de abril é que teremos maior recarga hídrica das bacias. Já o Cariri e Sertão recebem mais chuvas nos meses que vão de fevereiro a maio”, concluiu.
MUNICÍPIOS EM COLAPSO
Sertão
. São João do Rio do Peixe
. Carrapateira
. Triunfo
. Desterro
. Cacimbas
. Riacho dos Cavalos
Agreste
. Montadas
. Algodão de Jandaíra
. Nova Floresta
. Cuité
. Serra Redonda
. Remígio
. Esperança
. Areial
. Pilões
. Alagoa Grande
Cariri
. Riacho de Santo Antônio
Jornal da Paraíba