32
A Paraíba vai concorrer a 15 novos projetos em dois Leilões de Fontes Alternativas, que serão realizados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) no mês de abril. No primeiro leilão, no dia 7 de abril, o Estado vai concorrer com 11 projetos de energia eólica. Outros quatro projetos de usinas térmica a gás natural, no Leilão A-5, acontecem no dia 30 de abril.
Para o Leilão de Fontes Alternativas (LFA), 570 projetos foram cadastrados, sendo 530 de energia eólica e 40 de termelétricas a biomassa, que juntos totalizam mais 14.962 megawatts de potência no país para os próximos anos.
As 11 propostas da Paraíba para o LFA são de geração de energia eólica, mesma categoria dos três projetos do Estado que venceram o leilão de geração de energia A-5 2014, em novembro do ano passado.
Bahia e Rio Grande do Norte foram os Estados que mais cadastraram projetos no LFA. A Bahia concorrerá com 161 usinas eólicas, que gerariam 3.863 MW, e uma termelétrica a biomassa, que geraria 36 MW. Em seguida vem o Rio Grande do Norte com 110 projetos eólicos que totalizam 2.549 MW. São Paulo foi o estado que mais atraiu projetos de termelétricas movidas a biomassa, com 23 das 40 inscrições na modalidade, totalizando 1.152 MW.
Já o Leilão A-5 2015 cadastrou 91 projetos, totalizando 19.826 MW. São quatro projetos da Paraíba de geração térmica a gás natural, que somam 2.330 MW. As termelétricas a gás natural detêm a maior participação no leilão, com 31 projetos cadastrados. Foram inscritos ainda, 22 projetos de termelétricas a biomassa, sete hidrelétricas, 27 Pequenas Centrais Hidrelétricas e quatro termelétricas a carvão.
Último leilão
No último leilão, no final de de novembro do ano passado, a joint venture Força Eólica do Brasil S.A., formada pelo grupo espanhol Iberdrola e o brasileiro Neoenergia, foi vencedora para a construção de mais três parques eólicos na Paraíba, localizados nas cidades de Santa Luzia, Junco do Seridó e São José do Sabugi. Os empreendimentos têm potência conjunta de 90 megawatts (MW), sendo que cada um deverá produzir 30 MW. O investimento dos três parques eólicos do Estado será de 150 milhões de euros (R$ 478 milhões), segundo informações do grupo Iberdrola. A expectativa é de que os parques estejam prontos até 2019.
Atlas eólico sem data para publicação
A falta da publicação do atlas eólico, que identifica os melhores locais para a implantação de parques e usinas, coloca a Paraíba em desvantagem em relação aos demais Estados, sobretudo os do Nordeste, onde se concentra 80% da produção do país. Segundo Elbia Melo, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), o percentual de produção da Paraíba é considerado baixo exatamente porque o maior potencial desse tipo de energia está no Nordeste (Rio Grande do Norte, Ceará e a Bahia).
O mapa eólico da Paraíba foi produzido e coordenado pelo professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Maurício Beltrão, mas ainda não tem data de publicação. O mapa foi financiado pela Eletrobras desde 2011 e custou R$ 2,346 milhões, enquanto a UFCG e Atecel investiram R$ 186 mil e R$ 90 mil, respectivamente, em contrapartidas não-financeiras.
Segundo o professor, o estudo já foi concluído, e está em fase de revisão para ser publicado em breve. O objeto do Atlas Eólico é identificar locais ou regiões com ventos com velocidade média para a instalação de novos parques eólicos.
Alguns especialistas acreditam que um mapa eólico atualizado do Estado seria fundamental para que a Paraíba possa gerar mais energia com a força dos ventos. Atualmente existem 13 Centrais Geradoras Eólicas em funcionamento no estado, sendo 12 em Mataraca e um em Alhandra. Juntos, os 13 têm potência total de 69 mil kW, que corresponde a 10,76% da energia gerada na Paraíba.
Para o professor Maurício Beltrão, a publicação do atlas eólico pode ajudar a impulsionar a geração desse tipo de energia no Estado, mas não deve ser considerada a única responsável por isso. “Precisa de política pública também. Mas é claro que se eu quero vender um produto é bom ter um portfólio”, avaliou.
Maurício Beltrão não acredita que a Paraíba esteja mal posicionada na produção de energia eólica, embora Estados como Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte tenham uma produção bem maior. Segundo ele, isso acontece porque realmente há mais ventos nesses Estados, além de maiores incentivos do governo para as usinas que são instaladas. “Acredito que quando cessarem as possibilidades de exploração no Rio Grande do Norte, os investidores procurarão a Paraíba”, disse Maurício. Ele afirmou que ainda não há uma data definida para a divulgação do atlas, e que por enquanto o resultado do estudo permanece confidencial, até que seja revisado e liberado pela Eletrobras.
Atrasos no Atlas
A previsão inicial para conclusão era outubro de 2012. Devido a atrasos ocasionados pela montagem das torres anemométricas, atrasou-se também o início das medições. O problema foi registrado nos relatórios de acompanhamento e fiscalizado pelo órgão, com o apoio da Chesf. Este cenário levou à necessidade de um aditivo ao convênio, estendendo o prazo para entrega dos resultados para outubro do ano passado. Apesar de concluído os estudos, o problema, agora, é a data da publicação do mapa para torná-lo público.
Com JP Online