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O Núcleo de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde (SES) estima vacinar mais de 100 mil meninas de 9 a 11 anos de idade contra o vírus do Papiloma Humano (HPV). Além dessa faixa etária, as meninas de 11 e 13 anos, que não foram ainda imunizadas, também poderão receber a vacina. Essa ação faz parte da ampliação da faixa etária do público que deve receber a vacina. A imunização já está disponível nos municípios, mas deve ser oferecida a partir da próxima segunda-feira em todo o Estado.
De acordo com a SES, em 2014, a Paraíba conseguiu imunizar 98.052 meninas entre 11 e 13 anos, na primeira dose contra o HPV. Já na segunda, foram 60.237 meninas. A estratégia de vacinação fica a critério de cada município, ou seja, pode ser realizada em escolas ou unidades de saúde.
Para a chefe do Núcleo de Imunização da SES, Isiane Queiroga, o objetivo da vacina contra o HPV é evitar o câncer do colo do útero, e reduzir a incidência e a mortalidade pela enfermidade. A vacina é considerada um excelente método de prevenção primária que proporciona uma maior proteção à infecção pelo HPV.
“Estudos mostram que a melhor ocasião para vacinação contra o HPV é efetivamente na faixa etária de 9 a 13 anos, antes do início da atividade sexual e enquanto os pais ainda mantém o hábito de levar os filhos para tomar outras vacinas administradas nessa faixa etária. Além disso, é nessa época da vida que a vacinação proporciona níveis de anticorpos muito mais altos que a imunidade natural produzida pela infecção do HPV9”, garantiu.
A eficácia da vacina contra o câncer de colo de útero é de 98,8%. Ela é aplicada por via intramuscular e imuniza contra os tipos 6,11,16 e 18 do vírus. Após a administração da primeira dose, a paciente tem até seis meses para tomar o reforço da segunda, e cinco anos após a primeira para tomar a terceira dose. Esse tipo de vacina pode ser administrada com outras do Calendário Nacional do Programa Nacional de Imunização (PNI), sem que haja intercorrências.
Segundo o pediatra e membro da comissão fiscal e de sindicância da Sociedade Paraibana de Pediatria (SPP) Cláudio Orestes Brito Filho, a ideia da vacinação é ampliar essa cobertura, pois quanto maior a idade, mais probabilidade da pessoa entrar em contato com o vírus.
“Se deixar para realizar a vacinação próximo ao início da atividade sexual, podemos perder tempo para fazer uma imunização eficaz. A ampliação da faixa etária visa garantir que meninas de 9 anos não entrem em contato com o HPV quando iniciarem sua vida sexual”, pontuou. Conforme o pediatra, o HPV é uma doença silenciosa, pois na maioria dos casos as pessoas que possuem o vírus não sabem que têm.
Quanto às reações que a vacina pode causar, o médico explica que os efeitos são locais. Dor no local da aplicação, edema de intensidade moderada.
JP Online