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As chuvas pontuais registradas este ano, características do semiárido, não vêm mudando o cenário dos mananciais que abastecem as cidades paraibanas, principalmente nas regiões do Sertão, Cariri e Agreste.
Com isso, já são 35 açudes que secaram, quatro a mais que no mês de março, e mais de 60% dos mananciais da Paraíba estão com menos de 20% da capacidade, deixando 24 municípios em colapso no abastecimento e outros 29 em racionamento.
Somente 51 açudes da Paraíba estão com nível acima de 20% da capacidade de armazenamento. Vinte estão acima dos 50% da capacidade de armazenamento, a maioria localizada no Litoral do estado, onde chove com mais regularidade.
Somente um açude monitorado pela Aesa, o de Cafundó, com capacidade para 313.680 milímetros cúbicos, em Serra Grande, no Vale do Piancó, está sangrando.
Irregularidade
De acordo com o presidente da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), João Fernandes, vem ocorrendo uma distribuição espacial irregular e as chuvas raramente cobrem toda uma determinada região. “Tivemos cidade no Sertão, por exemplo, que este ano já choveu 400 milímetros e no Cariri, que choveu 300 milímetros, mas no total as precipitações estão abaixo da média”, explicou.
João Fernandes disse ainda que a perspectiva é de que continue chovendo no Sertão e Cariri até maio. Ele apontou para o fato de que em algumas áreas as chuvas vêm ocorrendo repetidamente.
“O que estamos fazendo é monitorando esses mananciais e gerenciando os recursos hídricos que temos, dizendo onde não deve ser retirada mais água, onde se deve retirar menos e orientando os consumidores a estabelecer restrições”, revelou.
A situação só é mais satisfatória no Litoral, segundo João Fernandes, principalmente na região da Grande João Pessoa, mas mesmo assim se não for bem usada, em pouco tempo também poderá apresentar dificuldades. “É preciso que tenhamos consciência sobre o bom uso da água para evitar desperdícios”, orientou.
Racionamento
Do total de municípios sob racionamento no abastecimento de água, a grande maioria está localizada no Agreste. Nessa região, cidades que permanecem em racionamento são Arara, Casserengue, Belém, Caiçara, Logradouro, Umbuzeiro, Campina Grande, Queimadas, Pocinhos, Lagoa Seca, Matinhas, São Sebastião de Lagoa de Roça, Alagoa Nova, Aroeiras, Gado Bravo.
No Sertão, o racionamento vem acontecendo em Nazarezinho, Bom sucesso, Brejo dos Santos, Santa Cruz, Vieirópolis. Já no Cariri são Barra de São Miguel, Nova Palmeira, Barra de Santana, Caturité.
Colapso
Os municípios que estão em colapso no abastecimento estão recebendo água através de carros pipa fornecidos pelos Municípios e pelo Exército. O Agreste também é a região com o maior número de cidades em colapso. São Solânea, Riachão, Tacima, Dona Inês, Damião, Bananeiras, Cacimba de Dentro, Araruna, Montadas, Algodão de Jandaíra, Nova Floresta, Cuité, Serra Redonda, Remígio, Esperança, Puxinanã e Areial.
As cidades do Sertão cujos açudes que as abastecem secaram são Monte Horebe, Desterro e Cacimbas, São João do Rio do Peixe, Carrapateira e Triunfo.
No Cariri, o município de Riacho de Santo Antônio sofre colapso no abastecimento.
Portal Correio