Dois homens com galões de gasolina abordaram um ônibus coletivo na noite desta sexta-feira (15) e incendiaram o veículo em Campina Grande, segundo a polícia. Desde a última quarta-feira (13) os ônibus de transporte coletivo na cidade são alvos de ataques. De acordo com o Centro Integrado de Operações Policiais (Ciop), os dois homens que queimaram o veículo disseram ao motorista que estavam agindo a mando de presidiários do Serrotão.
Ainda segundo o Ciop, o motorista do veículo relatou que estava indo em direção ao ponto final, que fica no bairro da Glória I, quando foi abordado pela dupla. No momento do ataque apenas o motorista estava no ônibus e nenhuma pessoa ficou ferida. Após queimarem o coletivo, os dois suspeitos fugiram e até o momento ninguém foi preso. Homens do Corpo de Bombeiros foram deslocados até o local para combater o fogo.
Este é o terceiro ônibus atacado em Campina Grande esta semana, um outro veículo foi queimadona tarde da quarta-feira (13) na rua Edmundo Pereira da Silva, bairro do Pedregal. O segundo caso de ataque aconteceu na área do distrito Jenipapo, onde bandidos realizaram um arrastão e atearam fogo no ônibus, mas o motorista conseguiu apagar o fogo com o extintor.
A empresa de ônibus que teve o veículo destruído na noite desta sexta-feira determinou o recolhimento de todos os veículos para a garagem. O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Campina Grande (Sitrans) e a Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos (STTP) decidiram suspender a circulação de ônibus em Campina Grande e todos os veículos do transporte coletivo da cidade foram recolhidos para as garagens.
O presidente do Sindicato dos Motoristas de Transportes Coletivos de Campina Grande, Antonino Macedo, disse que caso a situação permaneça como está, o sindicato apoia que os ônibus só circulem até às 18h na cidade. A polícia segue a procura dos suspeitos de incediarem o segundo veículo.
Casos de violência
Um detento 27 anos foi decapitado dentro do Presídio Regional do Serrotão, em Campina Grande, na manhã desta terça-feira (12). De acordo com a direção da unidade prisional, um outro preso se apresentou como responsável pela morte, entregou a cabeça da vítima e a faca que supostamente foi usada no crime.
O homicídio foi registrado por volta das 8h30. Conforme informações da direção, os detentos arrastaram o corpo do preso para fora da cela quando foi liberado o banho de sol e entregueram a cabeça a agentes que estavam no pavilhão três.
Na quarta-feira, por volta das 8h, presos do Presídio Regional do Serrotão se rebelaram. De acordo com a direção, os detentos se revoltaram após as visitas serem canceladas. Essa medida foi tomada depois de um detento ser decapitado. Grades de celas foram quebradas. O tumulto foi encerrado por volta 15h30 com a ajuda da cavalaria da Polícia Militar que entrou nos pavilhões.
Ainda na quarta-feira, um ônibus foi incendiado por volta das 14h30. Um grupo de pessoas armadas e encapuzadas invadiu o ônibus na rua Edmundo Pereira da Silva, no bairro do Pedregal. Testemunhas informaram aos policiais que os criminosos mandaram todos os passageiros e funcionários descerem do veículo. Em seguida, atearam fogo no ônibus.
A outra ocorrência aconteceu entre o bairro dos Cuités e o distrito do Jenipapo, por volta das 16h. Segundo as vítimas informaram à polícia, um assaltante estava dentro no veículo como passageiro e rendeu o motorista. O outro seguia atrás do ônibus em uma motoneta. Ambos estavam armados e não escondiam os rostos. Ele roubaram os pertences de todos passageiros, do motorista e o valor do caixa. Eles atiraram para cima e atearam fogo no veículo, mas o motorista usou o extintor e o fogo não se alastrou. Ninguém foi preso após os crimes.
O comandante geral da Polícia Militar na Paraíba, o coronel Euller Chaves, não descarta que a ordem para atear fogo nos ônibus tenha partido de dentro do Serrotão. “Essa afirmação só pode ser feita após uma investigação completa. Mas nós estamos atentos com a PM e a Polícia Civil para restaurar a ordem a pública e a tranquilidade da cidade”, afirmou.
G1