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Um dos principais aliados de Cunha relatará impeachment de Dilma

by Redação
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Um dos nomes mais próximos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), vai relatar o processo de impeachment contra Dilma Rousseff na comissão especial formada na tarde desta quinta-feira (17).
A presidência da comissão vai ficar por conta do líder do PSD, Rogério Rosso (DF), também próximo ao comandante da Casa.
Nenhum dos dois nomes estava entre as preferências do Palácio do Planalto, mas o desgaste político dos últimos tempos levou a uma espécie de acordo entre base e oposição.
Cunha, adversário declarado do governo, e aliados resolveram defender a indicação de deputados da base, mas que transitam de ambos os lados, uma forma de manter a influência. Os governistas resolveram acatar, cientes de que dificilmente elegeriam seus nomes.
Apesar de já haver o acordo, o líder do governo, José Guimarães (CE), concedeu uma entrevista à imprensa anunciando os nomes de Arantes e Rosso para a relatoria e presidência da comissão do impeachment, respectivamente, como indicações do governo.
“A base vai apresentar esses dois nomes. São indicações que expressam a melhor maneira, o melhor caminho para resolver logo e enterrar esse morto-vivo aqui dentro. Se a oposição vai apoiar, é problema da oposição”.
Integrantes da oposição, contudo, ironizam os governistas e dizem que eles não terão nenhum membro na formação da mesa da comissão.
Também foram eleitos Carlos Sampaio (PSDB-SP) para a primeira vice-presidência, Maurício Quintela (PR-AL), para a segunda, e Fernando Filho (PSB-PE).
Aliados de Dilma do PT e do PCdoB, contudo, questionaram a eleição dos vices. Segundo ele, não há previsão desses cargos na comissão especial, como existem nos colegiados rotineiros da Câmara, em nenhuma legislação que regula o impeachment – a Lei 1.079 de 1950 e o regimento interno da Casa.
“Já vamos começar judicializando o processo da comissão? Se seguir o regimento, o primeiro vice, em primeiro lugar, tem que ser da mesma legenda do presidente. Hoje deveríamos ter a eleição somente de presidente e relator e posteriormente colocar essa questão”, sugeriu a deputada Jandira Feghali (PcdoB-RJ).
Jutahy Junior (PSDB-BA), o deputado com mais mandatos da comissão –está em sua oitava legislatura consecutiva– presidiu o início da sessão e afirmou que essa matéria estava resolvida. Segundo ele, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) confirmou o rito já definido em dezembro e determinou que a eleição deveria se dar por meio de chapa avulsa, acabou com possibilidades de disputas, inclusive para cargos internos.
Embora a comissão esteja com uma divisão aparentemente equilibrada, há uma tendência de o grupo pró-impeachment crescer nos próximos dias.
Apesar de ser muito ligado à Cunha, Jovair Arantes é avaliado pelo Planalto como um parlamentar experiente, resistente à pressões de ambos os lados.
Já Rogério Rosso, ligado ao ministro Gilberto Kassab (Cidades), tem bom trânsito com todos os partidos, mas é considerado, aos olhos dos palacianos, como “volúvel”.
INVESTIGADOS
Entre os integrantes da comissão do impeachment, quatro deputados –José Mentor (PT-SP), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Jerônimo Goergen (PP-RS) e Roberto Britto (PP-BA)– são investigados na Operação Lava Jato e um, o Paulinho da Força (SD-SP), foi citado e não há informação se foi aberta uma investigação contra ele.
Todos os políticos sempre negaram qualquer envolvimento com o caso.

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