Que a união entre o PSB e o PMDB nas eleições de 2014 não passou de um casamento arranjado, não é segredo para ninguém. As suas siglas possuem projetos eleitorais conflitantes para 2016 e 2018 e os acontecimentos recentes deixaram claro apenas que ambos esperavam apenas que o outro desse o primeiro passo para o rompimento. Pelo jeito, a primeira lenha nessa fogueira de vaidades foi colocada pelos peemedebistas, que andam insatisfeitos com o tratamento dispensado à sigla pelo governador Ricardo Coutinho (PSB). E cá para nós, os sinais dados pelo gestor de que quer ver o senador José Maranhão (PMDB) pelas costas são largos.
O primeiro passo para o rompimento ocorreu quando o governador retirou o peemedebista Laplace Guedes da Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico e o colocou na Secretaria Executiva do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Uma semana depois da nomeação, o auxiliar do governador ainda não assumiu a vaga. Procurados pelo blog, em off, peemedebistas demonstram insatisfação em relação ao tratamento do governo destinado ao partido. O senador José Maranhão, em entrevista recente, mandou o recado ao governador de que pode exonerar todo mundo e que o PMDB não é um partido de segunda linha.
O governador, por outro lado, nega desconforto e demonstra admiração pelo senador. Laplace Guedes, inclusive, está em Brasília, onde se encontrou com José Maranhão. O clima entre os partidos ficou mais tenso durante a semana passada depois que o deputado estadual Tião Gomes (PSL) cobrou do governo a demissão dos 31 indicados pelo PMDB. Uma queixa dos peemedebistas é de que o partido foi desidratado por Ricardo Coutinho, que, na visão deles, agiu para retirar os deputados Trocolli Júnior e Gervásio Filho do partido. “O PMDB aderiu ao projeto de reeleição do governador depois de ele perder o primeiro turno. Ele saiu vencedor e não reconhece a nossa importância”, lamentou, em reserva, um peemedebista.
Com a sinalização de rompimento, o senador José Maranhão já não nega a possibilidade de discutir a formação de um chapão que seria encabeçado pelo prefeito Luciano Cartaxo (PSD). Ele, no entanto, adota um discurso cauteloso ao tratar do assunto. Diz que não houve, pelo menos até o momento, uma discussão objetiva sobre isso. A pré-candidatura de Manoel Júnior a prefeito de João Pessoa continua posta. Ele tem reunião em Brasília marcada para esta terça-feira (5) com o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), o principal articulador do chapão. Ou seja, os ventos já sopram com força a vela do barco peemedebista na direção contrária ao PSB.