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Site ligado a Prefeitura de Camalaú usou dados oficiais do Portal do Tribunal de Contas para distorcer informações e tentar enganar a população de Camalaú. Quando se pensa que já chegamos ao fundo do poço, eis que aparece essa pérola. Sem o menor senso de responsabilidade, respeito e verdade, foi veiculada num site de nossa região uma matéria sobre um suposto rombo deixado pelo ex-Prefeito Jacinto Bezerra em 2016, vejam o que diz o título da manchete: Governo passado deixa rombo de mais de 220 mil reais nas contas da prefeitura de Camalaú em apenas um ano.
E não para por aí, na manchete fajuta, pode-se visualizar uma imagem e uma análise digna de gargalhadas:
O jornalista faz a seguinte análise: “De acordo com o SAGRES, no total a gestão do ex-prefeito Jacinto empenhou 16.645.666,89 em despesas e pagou apenas 16.416.878,12 reais em 2016…O saldo negativo é de 228.788,77 reais, um total de quase 230 mil.”
Bom, essa análise, modelo analfabeto funcional, é digna de uma música fúnebre no fantástico. Qualquer pessoa que entenda um pouco de finanças públicas é capaz de desmentir a farsa em poucas palavras. O valor que o jornalista aponta como um saldo negativo de R$ 228.788,77, não tem a menor ligação com a parte financeira, ou seja, com dinheiro, são apenas ajustes orçamentários (de empenhos anulados). Como é um assunto técnico, vamos dar um exemplo: uma dona de casa que vai fazer sua feira, ela faz uma lista e quando soma ver que vai gastar R$ 150,00 (ainda não é dinheiro, só uma soma/previsão), mas quando vai no mercadinho e faz sua feira ela paga apenas R$ 130,00 (dinheiro), dando uma diferença de R$ 20,00, ou seja, esses R$ 20,00 ela não usou e isso foi algo positivo pra ela.
Trocando em miúdos, essa tabela mostra o valor empenhado e o pago em 2016, e se alguém for mais afundo e ir clicando alí onde tem opções, verão que se trata de ESTORNOS. O que nada mais são que empenhos anulados ou ajustados para os valores reais. Um empenho pode ser anulado ou ajustado em várias situações: empenhos estimativos como de folha de pagamento, obras que foram empenhadas pelo valor cheio, empenhos duplicados, ou seja, procedimentos que não geram prejuízos financeiros, são APENAS AJUSTES durante o ano, e essa diferença volta de maneira positiva para o orçamento (orçamento não significa dinheiro como explicado acima). Isso significa que, o ex-Prefeito Jacinto Bezerra não deixou rombo nenhum, só na matemática troncha desse rapaz e de quem o mandou fabricar essa palhaçada.
O que causa estranheza é o fato da Prefeitura de Camalaú ter deixado soltar uma matéria desse nível rasteiro de informação sem ao menos antes ter passado pela análise do secretário de finanças. Ele mais do que ninguém lá dentro sabe do que estamos falando, alias fez esses procedimentos várias vezes em 2017, ou está lá só de enfeite? Lembrando pessoal que esse tipo de procedimento é amparado pela legislação pública, não tem nada de errado. O fato é, um bom jornalista tem o dever informar a verdade, se não souber do assunto, consulte alguém que possa lhe quebrar um galho. A responsabilidade de uma informação é imensa, fazer por fazer, jogando seu nome e sua credibilidade no lixo é um caminho que se deve evitar.
E a verdade é que:
O Prefeito atual sim, deixou um ROMBO (em dinheiro e não orçamento) de R$ 315.405,95:
O ex-Prefeito Jacinto Bezerra, deixou em 31/12/2016 nas contas quase 1 milhão de reais (dinheiro):
O ex-Prefeito Jacinto Bezerra, pagou durante sua gestão o décimo quarto salário dos professores e ainda de quebra deixou um saldo (dinheiro) de R$ 155.897,34 na conta do FUNDEB:
Conclusão, mesmo que tudo que foi dito no tal site fosse verdade, dinheiro em caixa é o que não faltava pra pagar qualquer coisa. Vai um alerta, estudem e analisem antes de passar vergonha.
FINANCEIRO = dinheiro
ORÇAMENTO = previsão
AVISO: Nossa equipe já a alguns meses vem fazendo alguns levantamentos pelo portal da transparência da Prefeitura, e tão logo acabemos, teremos um relatório de irregularidades completo. E esse, não vai ser postado em redes socais, vai direto para as mãos do Ministério Público Federal, com cópia pra Polícia Federal.
Fonte: Camalaú de Olho.
