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Cerca de 120 mil paraibanos podem sofrer com a decisão do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) de suspender o bombeamento no Eixo Leste da transposição do Rio São Francisco. O trecho do projeto está em fase de pré-operação após equipamentos de monitoramento emitirem alerta durante a fase final de enchimento da barragem Cacimba Nova, em Custódia (PE).
“Esse eixo abastece diretamente o açude Cordeiro, localizado no Congo, e a barragem de Acauã. Com a suspensão, desde o dia 22 de fevereiro, esses reservatórios estavam recebendo água do açude Epitácio Pessoa (Boqueirão), mas pode ser necessário que esse abastecimento seja fechado completamente”, contou Porfírio Catão, presidente da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa-PB).
Em contato com portal Catão contou a comissão responsável pelo tema se reunirá na próxima quarta-feira cm a Cagepa para definir se a transferência será rescindida. Perguntado sobre a possibilidade do retorno do racionamento à Campina Grande, o representante da Aesa-PB foi claro “sem chances”.
A repressa de Acauã atende aos municípios de Salgado de São Félix, Itabaiana, São José dos Ramos, Mogeiro, Pilar, Itatuba, Ingá, Juripiranga e Juarez Távora. Enquanto o localizado no Congo atende Monteiro, Ouro Velho, Prata, Gurjão, Livramento, Parari, São José dos Cordeiros, Serra Branca e o distrito de Santa Luzia do Cariri e Sumé.
“Essas cidades estão diretamente ligadas com a transposição e agora será necessário estudos para fazer uma nova equalização”, arrematou.
Segundo o ministério, o Boqueirão está com 22,35% de sua capacidade e é capaz de assegurar o atendimento das cidades abastecidas a partir do Projeto São Francisco. Outro reservatório, de Moxotó, também pode atender a demanda dos municípios pernambucanos por, no mínimo, três meses. O Açude Cordeiro, também na região, tem capacidade para quatro meses. A população de Campina Grande, na Paraíba, não será afetada.
O Eixo Leste abastece mais de um milhão de pessoas em 46 municípios, sendo doze em Pernambuco e 34 na Paraíba. O ministério reafirmou o compromisso em levar água para regiões que sofrem com longos períodos de estiagem, mas destacou que a prioridade é garantir a segurança das famílias que residem na região da obra.