MP investiga venda de mandato de vereador por R$ 35 mil no Cariri

Após mais de dez anos sem um desfecho, a denúncia da venda de um mandato de vereador na cidade de Prata, no Cariri do Estado, continua provocando desdobramentos. O promotor da Comarca de Sumé, Bruno Leonardo Lins, decidiu instaurar um Procedimento Investigatório Criminal para investigar o caso. Ele também arquivou um inquérito civil público, iniciado na época.

De acordo com a denúncia, o ex-vereador José Erinaldo de Sousa, conhecido como Bobô, teria vendido por R$ 35 mil o mandato dele ao suplente Israel Simões de Araújo. O fato teria acontecido em 2009 e, no dia 14 de junho de 2010, o suposto ‘negócio’ foi registrado em cartório por José Erinaldo.

O ex-vereador renunciou ao cargo e Israel Simões assumiu uma das cadeiras do legislativo de Prata. A comercialização do mandato ainda envolveria um emprego, que seria dado ao ex-vereador Bobô na prefeitura de Prata. Na época, o prefeito da cidade era Marcel Nunes de Farias.

No trecho inicial da declaração, feita em cartório o documento diz que “para os devidos fins de direito a quem interessar possa, especialmente para fazer prova a Justiça da Comarca da Prata, Estado da Paraíba, que recebi do senhor Ismael Simões de Araújo, brasileiro, casado, vereador do município de Prata-PB, a importância de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais) referente ao pagamento da venda do meu mandato de vereador conquistado em outubro de 2008 pelo Partido Republicano Progressista (PRP) que integrou a Coligação Prata no Rumo Certo com outras agremiações políticas”.

Outro lado

O Procedimento Investigatório Criminal aberto pelo Ministério Público traz como investigados o ex-prefeito de Prata, Marcel Nunes, e o ex-vereador José Erinaldo de Sousa. Por telefone, o ex-prefeito disse que está tranquilo e jamais teve qualquer envolvimento na suposta negociação. “Nós fomos inclusive notificados de que o inquérito civil foi arquivado. Eu nunca participei disso e estou tranquilo”, comentou.

O blog não conseguiu contato com o ex-vereador José Erinaldo. Na época em que foi apresentada a denúncia o vereador Israel Simões negou ter comprado o mandato de José Erinaldo. Ele disse que jamais fez qualquer pagamento ao ex-vereador e disse que não tinha sequer condições de ter R$ 35 mil disponíveis.

Com João Paulo Medeiros

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