Aqueles que deixaram para a tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) após a implantação das novas regras, pensando em uma redução do preço, vão ter uma má notícia quando chegaram nas autoescolas da Paraíba. O presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Estado da Paraíba (Sindecfc-PB), Claudionor Fernandes, disse que mesmo com a retirada do simulador como item obrigatório o valor não vai cair, pois a tabela de preços está defasada.
As mudanças para obtenção da CNH foram definidas em julho pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e entraram em vigor no sábado (14). Além da retirada da obrigação do simulador, que virou opcional, também houve a redução das aulas práticas para as categorias A e B. Na B (carros de passeio) , a carga era de 25 horas, sendo cinco realizadas em período noturno. Elas passam para 20 com apenas um noturna . Para a categoria A (motocicletas), a quantidade aulas práticas continua em 20 horas/aula. Para o período noturno, foram reduzidas para apenas uma, antes eram quatro.
Quando as mudanças foram anunciadas, o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer que a retirada dos simuladores reduziria em R$ 300 o valor cobrado pelas autoescolas. E que essa redução era uma promessa de campanha sendo cumprida.
“Não vai ter queda nos valores, o que vai é piorar a formação do condutor. Já estamos trabalhando com uma tabela defasada”, disse Claudionor Fernandes. De acordo com o presidente do Sindicato, atualmente, para se tirar carteira A e B, o valor médio é de R$ 1,6 mil, sendo que uma planilha de custo feita do setor mostra que o valor correto deveria ser de R$ 2,2 mil.
Do valor cobrado pelas autoescolas, R$ 500 vão para o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PB), e restante fica para as empresas. “Não tem como baixar mais nada aqui. Nossa tabela está defasada, não tem de onde tirar. [Quando falou de redução] o presidente fez uma base pelo Rio Grande do Sul, que é outra realidade”, ressaltou Claudionor, destacando que também faz parte da Federação Nacional do setor.
“Essas mudanças foram feitas sem análise, sem estudo técnico. Essas aulas no simulador eram importantes. Baixar para 20 horas vai piorar a qualidade do ensino”, pontuou o presidente.
Claudionor ressaltou que além de não ter queda, o que pode haver é um aumento no valor. Ele disse que procurou o Sebrae para estabelecer uma nova planilha de custos e que pretende marcar uma assembleia geral da categoria para debater a situação. “Estamos trabalhando no vermelho. Tivemos uma queda de 40% na procura por CNH aqui no estado, é uma queda que vem desde 2015”, pontuou.