O governador João Azevêdo apresentou, nessa quarta-feira (22), o Anuário da Segurança Pública da Paraíba. Segundo levantamento do anuário, o Estado apresentou uma redução de 22% nas ocorrências de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), que são os homicídios dolosos ou qualquer crime doloso que resulte em morte, e de 13% nos assassinatos de mulheres, no ano passado.
Outros indicadores criminais foram apresentados, como referentes a crimes contra o patrimônio e apreensão de armas e drogas, entre outros. Participaram da reunião gestores da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros Militar e da Administração Penitenciária.
Do relatório
O relatório do Núcleo de Análise Criminal e Estatística da Secretaria da Segurança e da Defesa Social (Sesds) mostra que em 2019 foram registrados 942 assassinatos na Paraíba. A redução acumulada desde 2011 chega a 44% e a taxa saiu de 44,3 mortes por 100 mil habitantes para 23,4 (-47%). Ainda de acordo com o documento, no ano passado 63 municípios paraibanos não registraram assassinatos. Os casos de latrocínio também tiveram redução de 24% com 34 casos registrados em 2018 e 26 casos em 2019.
No que se refere à violência contra a mulher, houve redução de 13% das ocorrências, com 73 casos em 2019 contra 84 no ano anterior. O dado representa o menor número de mulheres assassinadas em 10 anos e uma queda acumulada de 50% dos registros desde 2011. A taxa saiu de 7,47 mortes por 100 mil habitantes para 3,53 (-53%). O registro de feminicídios em 2019 foi de 38 ocorrências.
Das 22 Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisp) existentes no Estado, 16 tiveram redução no registro geral de assassinatos. Pela redução no 2º semestre do ano, 12.401 servidores do Sistema de Segurança paraibano terão direito a receber o Prêmio Paraíba Unida pela Paz (PPup). Serão R$ 10,8 milhões pagos no período e um total de R$ 90 milhões pagos desde 2014, quando o prêmio foi instituído.
Aumento na elucidação
De janeiro a setembro, 51% dos casos são esclarecidos. Sendo que 28% com prisão dos autores dos crimes, por meio de mandado de prisão (44%) ou em flagrante (56%). A região que mais se destaca é Campina Grande, com uma elucidação que chega a 67%.
Baixa letalidade policial
Os casos de mortes provocadas por confronto com integrantes das forças de Segurança da Paraíba tiveram uma redução de 14% em relação a 2018. Naquele ano, foram registrados 29 casos, enquanto em 2019 aconteceram 25 ocorrências. Os números demonstram que a taxa de caiu de 0,73 para 0,62 mortes por 100 mil habitantes.
O número de policiais mortos em confronto também teve redução. A queda foi de 60%, com dois policiais mortos, sendo que nenhum deles em serviço. Em 2018, foram seis casos de mortes em confronto, sendo que em um deles o policial estava trabalhando.
Outros índices
Os crimes contra instituições bancárias, teve redução de 61% de registros. No início do ano, uma força-tarefa contra assaltos a banco foi criada na Paraíba. A ação fez com que o número de ocorrências saísse de 76 casos em 2018 para 30 no ano passado. Foram 10 arrombamentos, 16 furtos com uso de explosivos e quatro roubos. Os casos com explosões tiveram uma queda de 72%.
João Pessoa e Campina Grande tiveram redução nas ocorrências de roubos. Na capital, a queda geral foi de 31%, sendo 34% de roubos a pessoa, 6% em estabelecimentos comerciais, 8% em residências e 29% nos casos de roubos em transportes coletivos. Já em Campina Grande, a diminuição de crimes contra o patrimônio foi de 17%. Com menos 5% de roubos a pessoa, menos 34% de casos em estabelecimentos comerciais. Menos 36% de assaltos em residências e menos 53% de casos em transportes coletivos.
As ações policiais também recuperaram veículos roubados no Estado. Em 2019, 2.636 carros e motos foram devolvidos aos seus proprietários como resultado do trabalho das forças de Segurança.
Apreensão de armas e drogas
Em 2019, 3.754 armas de fogo, entre revólveres (37%), pistolas (8%), espingardas (52%) e outros tipos de armamentos (3%) foram apreendidos pelas Polícias Militar e Civil. O número é 54% maior que número de armas retiradas de circulação no ano anterior (2.440). Em 2019 houve a segunda maior apreensão desse tipo de material na década, totalizando 27,6 mil armas de fogo que foram recolhidas das ruas durante o Programa Paraíba Unida pela Paz.
Desde 2011 também foram apreendidas 16,7 toneladas de drogas, gerando uma média 5,09 quilos de entorpecentes que deixaram de se comercializadas no Estado. No ano passado, 1 tonelada e 234,2 quilos de maconha, cocaína e crack foram apreendidos.
Resgates e socorros
O Corpo de Bombeiros Militar atuou em 3.312 ocorrências que demandaram resgate de acidentados em 2019, em 16 cidades paraibanas. O maior número de atendimentos foi realizado na região metropolitana de João Pessoa e litorais sul e norte, com 2.407 casos. Já os socorros de vítimas de crimes potencialmente letais intencionais totalizaram 114 registros, em 15 cidades, sendo a maioria também em João Pessoa e região metropolitana.
Prisões e operações de interesse estratégico
Um total de 19,2 mil prisões de interesse estratégico foi realizado pelas forças de segurança da Paraíba de janeiro a dezembro de 2019. Entre essas, 3.104 são consideradas de interesse estratégico, a exemplo de cumprimento de mandados de prisão, prisões de acusados de roubos em geral, roubos de carros, roubos a banco e assassinatos. Somente por crimes patrimoniais, 1.490 pessoas foram presas.
Em relação às operações de interesse estratégico, o total foi de 6.405 ações de prevenção e repressão qualificadas no ano passado. Operações que envolveram a participação de policiais militares, policiais civis e bombeiros militares do litoral ao sertão da Paraíba.
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