EXCLUSIVO – O desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba, Arnóbio Alves Teodósio, acatou um pedido do Ministério Público da Paraíba, e determinou na última sexta-feira (17), um novo afastamento do prefeito de Camalaú, Alecsandro Bezerra dos Santos. Sandro Môco, como é conhecido, já havia tido um pedido de afastamento renovado no último dia 25 de novembro.
Dessa vez, o prefeito foi denunciado pelo MPPB em razão dele, ter montado um esquema para “lavagem de dinheiro” desviado dos cofres municipais, conduta que, em tese, caracteriza a prática do crime tipificado no art. 1º, §4º, da Lei nº 9.613/1998, conforme consta na decisão de afastamento.
Infere-se que Alecsandro Bezerra dos Santos, valendo-se do cargo de Prefeito de do Município de Camalaú, juntamente com outras duas pessoas de Camalaú, que também foram denunciadas pelo MPPB, montou um esquema para “lavar” dinheiro desviado dos cofres públicos, referentes a contratos e licitações fraudulentas. De acordo com o MPPB, eram emitidos cheques pela Prefeitura nominais a um empresário, que atuava como “laranja”, assim, este endossava tais cheques e os entregava ao Edil ou ao terceiro envolvido, proprietário de um comércio no Municipio de Camalaú, e atuava como “operador financeiro” do esquema, ou seja, “lavava” os cheques, fazendo como se tivessem sido utilizados para compras em seu estabelcimento, mas, na verdade, trocava-os em dinheiro, repassando para o prefeito ou para quem ele indicasse.
Em 25 de novembro deste ano, o TJPB acatou o pedido do Ministério Público e decidiu manter o prefeito de Camalaú, Alecsandro Bezerra dos Santos, mais conhecido como Sandro Moco, afastado por mais 180 dias do cargo.
O gestor foi alvo da operação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), que investigou fraudes na locação de veículos. O prefeito está afastado desde agosto de 2020. Ele foi reeleito com 55,34% dos votos, em outubro de 2020.
A Operação Rent a Car investigou os crimes de falsidade documental, fraudes em licitação e desvio de recursos públicos na prefeitura do município de Camalaú, que provocaram um prejuízo ao erário no valor de R$ 314.690,62.
Apesar de estar fora do cargo, Sandro Môco foi reeleito nas eleições de 2020, mas impossibilitado de assumir o cargo devido à decisão judicial.