Por Radomécio Leite_
O conflito que se instalou no Oriente Médio entre o Governo de Israel e o braço armado do Hamas nos faz relembrar a história recente em que líderes de formação democrática geravam ambiência de diálogo e paz.
Shimon Perez teve a maior trajetória política como líder da história de Israel, foi símbolo do diálogo com a Palestina e apoiador de Yasser Arafat na consolidação do Estado Palestino. Ambos foram agraciados com o Nobel da Paz em 1994.
A trajetória de Arafat (árabe) e Perez (Judeu) é a mais cabalística das evidências de que, para exercer liderança, é preciso existir diálogo, empatia, buscar a concórdia, a convergência, mesmo diante de um ambiente marcado por tamanha beligerância – a envolver o conflito histórico, calcado em fundamentalismo religioso e a insatisfação de décadas dos Palestinos pela tomada abrupta da região de Gaza e Jerusalém.
Perez militava no campo político de esquerda, adepto ao Socialismo, sendo co-fundador do Partido Trabalhista Israelense, ativo na fundação do Estado de Israel e ocupou todos os espaços políticos de prestígio no estado.
A gênese da liderança de Arafat também era do campo político de esquerda, tendo fundado e liderado vários movimentos para fundação da Palestina e combate aos excessos de força do Estado de Israel, diante dos povos palestinos, o que fez gerar sobre Arafat controvérsias de apoiamento a grupo extremistas, o que nunca se configurou em verdade.
As experiências do passado, não muito distante, sugerem um cessar-fogo imediato, gerando as condições para o diálogo de distensionamento, e a partir daí, o reconhecimento do Estado Palestino por parte do Governo de Israel, também com obrigações ao Estado Palestino de desmobilizar o braço armado do Hamas e suas derivações.
Muita falta faz o espírito de paz semeado por Shimon Perez e Yasser Arafat em momentos como esse, o que intui afirmar que há ausência de líderes parte a parte na atual circunstância, principalmente da parte de Israel, liderado pelo General Benjamin Netanyahu, que por sua formação e ideais políticos, em nada colabora para a construção da paz desejada.
“onde houver trevas
que eu leve a luz”.