O ministro da Previdência Social Carlos Lupi (PDT), anunciou, na tarde desta sexta-feira (2), que deixou o Governo Federal. O pedetista estava na gestação desde o início do terceiro governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT).
A queda de Lupi ocorre depois de investigação da Polícia Federal e Controladoria Geral da União (CGU) descobrir esquema de descontos sem autorização de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
O rombo ultrapassa de R$ 6 bilhões e vitimou mais de quatro milhões de beneficiários do INSS.
Em nota publicada nas redes sociais, Lupi destacou que seu nome em nenhum momento foi citado nas apurações.
Ele disse esperar que os culpados sejam identificados e punidos. Desde ontem, setores ligados ao governo já faziam pressão pela demissão.
Confira nota
“Entrego, na tarde desta sexta-feira (02), a função de Ministro da Previdência Social ao Presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade.
Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso, que apuram possíveis irregularidades no INSS. Faço questão de destacar que todas as apurações foram apoiadas, desde o início, por todas as áreas da Previdência, por mim e pelos órgãos de controle do governo Lula.
Espero que as investigações sigam seu curso natural, identifiquem os responsáveis e punam, com rigor, aqueles que usaram suas funções para prejudicar o povo trabalhador.
Continuarei acompanhando de perto e colaborando com o governo para que, ao final, todo e qualquer recurso que tenha sido desviado do caminho de nossos beneficiários seja devolvido integralmente.
Deixo meu agradecimento aos mais de 20 mil servidores do INSS e do Ministério da Previdência Social, profissionais que aprendi a admirar ainda mais nestes pouco mais de dois anos à frente da Pasta. Homens e mulheres que sustentam, com dedicação, o maior programa social das Américas”.
O esquema
A investigação revelou que associações que oferecem serviços a aposentados cadastravam pessoas sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS. O esquema, conforme a investigação, teve início em 2019, no governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), e prosseguiu neste terceiro mandato de Lula.