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Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) confirmaram, nessa quinta (28), que um osso encontrado em 2014 na região de Sousa, no Sertão paraibano, a 443 km de João Pessoa, é um fóssil pertencente a um dinossauro da família Titanossauro, um animal quadrúpede, de pescoço longo, cabeça pequena e de grande tamanho e peso. O animal viveu há cerca de 130 milhões de anos e o achado é um dos mais antigos e importantes registrados no Brasil.
O fóssil foi descoberto por um morador de Sousa, que divulgou o achado e foi contactado pelos pesquisadores pernambucanos. Chegando a Sousa, os pesquisadores recolheram o fóssil e o levaram para análises em um laboratório da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
“Quando chegamos a Sousa, o fóssil estava aflorando na superfície. Pelas características, o fóssil tem idade estimada entre 120 milhões e 130 milhões de anos. O dinossauro era jovem, vivia na região e morreu nas proximidades do Rio Piranhas. O rio acabou desarticulando esses ossos e o preservando por todo esse tempo”, contou a geóloga, paleontóloga e professora da UFPE, Alcina França.
A professora, que participou da retirada do fóssil em Sousa e das análises na UFPE, contou que o osso é de uma fíbula do animal e que a extremidade do fóssil estava bem conservada, fato que ajudou na identificação do dinossauro.
“Conseguimos identificar o animal pelas características morfológicas. O fóssil é de um titanossauro, que está entre dinossauros muito grandes, quadrúpedes, de pescoço longo e cabeça pequena. Esse é um dos maiores achados do Brasil, tanto pelo período do fóssil, que data do cretáceo inferior, quanto pelo valor histórico, já que Sousa é uma região onde existem várias pegadas de dinossauros, mas o achado de ossos é bastante raro”, disse a professora, ao Portal Correio.
Desde a quarta-feira (27), o fóssil foi devolvido para Sousa e está em guarda do Complexo Turístico Vale dos Dinossauros, mas não será posto em exibição ao público. Ainda segundo a professora Alcina França, a região de Sousa é rica e abriga um dos mais importantes sítios paleontológicos do mundo, mas precisa ser mais estudada por pesquisadores.
“Esse foi o primeiro fóssil corporal descrito em Sousa. É a primeira ocorrência de um titanossauro no Nordeste e um dos fósseis mais antigos do Brasil. Sousa é uma região importante e merece muitos estudos e pesquisas científicas para encontro e identificação desses répteis”, concluiu a professora.
A análise do fóssil de Sousa vai ser publicada em uma revista internacional especializada.