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O reservatório Epitácio Pessoa, localizado na cidade de Boqueirão, no Carri da Paraíba, ganhou 17 milhões de metros cúbicos de água (m³) entre os dias 8 e 14 de janeiro de 2020, conforme dados da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa). O açude abastece Campina Grande e cidades da região.
No dia 8, o reservatório estava com 14,72% do volume total, o equivalente a 70 milhões de metros cúbicos. Após as chuvas nas regiões do Cariri e Sertão do estado, até essa terça-feira (14), o açude chegou a 18,85% do volume total, com 87 milhões de metros cúbicos e uma alta de 4,13 pontos percentuais.
De acordo com o presidente da Aesa, Porfírio Loureiro, apesar dos números surpreenderem, a alta do açude não foi histórica. Os registros estão dentro das perspectivas de chuva esperadas para esta época do ano. “Em 2004, o açude sangrou em 18 dias. Os registros que tivemos neste ano foram considerados normais. O período chuvoso se estende até maio e a partir desta quinta-feira (16), a previsão é de mais chuva para o Cariri, Sertão e Alto Sertão”, explicou o presidente.
Rio São Francisco e Boqueirão
Ainda de acordo com o presidente da Aesa, as águas da Transposição do Rio São Francisco estão sendo bombeadas normalmente pelo eixo leste, saindo da cidade de Monteiro (PB) e percorrendo dois metros por segundo até alcançar o Açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão. No último dia 6 de janeiro, foi liberada uma quantidade de água maior da Transposição, saindo do açude de Camalaú para Boqueirão.
Ainda de acordo com o presidente da Aesa, as águas da Transposição do Rio São Francisco estão sendo bombeadas normalmente pelo eixo leste, saindo da cidade de Monteiro (PB) e percorrendo dois metros por segundo até alcançar o Açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão. No último dia 6 de janeiro, foi liberada uma quantidade de água maior da Transposição, saindo do açude de Camalaú para Boqueirão.
Entretanto, nem sempre o bombeamento esteve funcionando. Em 2019, dois anos após a inauguração da Transposição, o fluxo pelo eixo leste passou por alguns problemas. Em fevereiro, o bombeamento para Boqueirão foi suspenso duas vezes. Em março, o Ministério Público Federal (MPF) do município de Monteiro buscou solucionar o problema de 61 famílias deslocadas de suas áreas de cultivo que não conseguiam produzir em razão da falta d’água. A solução foi usar água da Cagepa apenas para consumo humano.
Em julho, o MPF constatou falhas na obra entre as cidades de Monteiro (PB) e Sertânia (PE), por causa de trabalhos mal feitos. Em agosto, um vídeo compartilhado pela internet denunciava um suposto vazamento de esgoto para um canal pluvial que corta a cidade de Monteiro e alcança o eixo da transposição. O problema foi confirmado por autoridades locais, que ressaltaram que a situação foi contornada. Só no mês de novembro de 2019 que a água voltou a ser bombeada e seguiu o percurso do eixo leste até Boqueirão.
Já o eixo norte, que deverá levar água para o Sertão da Paraíba, ainda não foi concluído e segue em obras. O trecho tem 260 km e está 97% finalizado. Além da Paraíba, essa parte da obra vai levar água para os estados de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.
Chuvas
A meteorologista da Aesa, Marle Bandeira, explicou que essas chuvas representam um padrão dentro da média para este período do ano. “O período de chuvas é de fevereiro a maio [na parte oeste do estado], portanto, é normal que as regiões do Cariri e Sertão recebam água”, disse. A tendência é de que as chuvas ocorram dentro da média histórica no semiárido paraibano.
A meteorologista da Aesa, Marle Bandeira, explicou que essas chuvas representam um padrão dentro da média para este período do ano. “O período de chuvas é de fevereiro a maio [na parte oeste do estado], portanto, é normal que as regiões do Cariri e Sertão recebam água”, disse. A tendência é de que as chuvas ocorram dentro da média histórica no semiárido paraibano.
Cajazeiras, no Alto Sertão paraibano, é a cidade onde mais choveu este ano. De acordo com o setor de Monitoramento e Hidrometria da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba, até essa terça-feira (14), já foram anotados 210,5 milímetros (mm). Nos 14 primeiros dias de 2020 também choveu bastante em Santo André (199,5 mm), São João do Cariri (185,9 mm), Juazeirinho (179,6 mm), Juru (162 mm) e Parari (152,6).
Um milímetro de chuva equivale ao volume de 1 litro (L) de água acumulada sobre uma superfície de área igual a 1 metro quadrado. Portanto, 1 litro por metro quadrado é igual a 1 milímetro.
Previsão do tempo
As áreas de instabilidade atmosférica, formadas sobre o estado da Paraíba nos últimos dias, apresentaram enfraquecimento e deslocamento das nuvens, acarretando numa diminuição da nebulosidade. Sendo assim, mantém-se as condições de menor nebulosidade sobre grande parte do estado.
As áreas de instabilidade atmosférica, formadas sobre o estado da Paraíba nos últimos dias, apresentaram enfraquecimento e deslocamento das nuvens, acarretando numa diminuição da nebulosidade. Sendo assim, mantém-se as condições de menor nebulosidade sobre grande parte do estado.
No decorrer desta quarta-feira (15), sol e altas temperaturas deverão predominar. No Cariri, a máxima prevista é de 34º C e a mínima, 21º C. No Brejo, máxima de 29º C e mínima de 20º C. No Agreste do estado, máxima de 33º C e mínima de 20º C. Já no Sertão e Alto Sertão, máxima de 37º C e mínima de 24º C.
Outros açudes
As chuvas registradas no interior do estado também estão melhorando a situação de outros açudes. Em apenas 48 horas, no fim da semana passada, a barragem de São Gonçalo, em Sousa, recebeu um aporte de 55 mil metros cúbicos; e Coremas, na cidade de mesmo nome, ganhou 181 mil metros cúbicos.
As chuvas registradas no interior do estado também estão melhorando a situação de outros açudes. Em apenas 48 horas, no fim da semana passada, a barragem de São Gonçalo, em Sousa, recebeu um aporte de 55 mil metros cúbicos; e Coremas, na cidade de mesmo nome, ganhou 181 mil metros cúbicos.
O volume registrado pela Aesa, do açude Argemiro Figueiredo – Acauã, é de 9,01% da capacidade, com 22,81 milhões de m³. Em Coremas, o reservatório da cidade está em 7,45%, com 55,47 milhões de m³.