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O prazo para fazer a inscrição no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) termina no dia 30, e faltando dez dias para o término, muitos estudantes ainda não conseguiram fazer a inscrição após quase três meses de tentativas acessando o site do Fies.
Maria Luiza Correia, de 17 anos, vai nesta segunda-feira (20) à PUC-Rio levar os documentos para finalmente fazer a validação do seu contrato com o Fies. A estudante de jornalismo passou as últimas semanas tendo problemas para fazer a inscrição no site do programa e também para agendar a revalidação. “Fiquei muito tempo em frente ao computador, nem consegui aproveitar estes primeiros meses de curso”, disse a jovem. “Espero não ter mais nenhum problema.”
A mesma sorte não teve os irmãos Matheus e Marina Pereira Alves, alunos da PUC Minas no campus de Poços de Caldas. Os dois têm o pai como fiador cadastrado, e o sistema não está aceitando a renovação do contrato que eles já tinham no ano passado. “Quando eu tento cadastrar um, diz que o fiador já possui outro beneficiário”, reclama a mãe dos alunos, Ana Lúcia Pereira Alves. “Já fizemos várias solicitações junto ao MEC e até agora nada.”
Outros problemas têm afetado a vida dos estudantes. A PUC Campinas (SP) fechou a possibilidade de novas adesões ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) no primeiro semestre de 2015. A instituição culpou o que chama de dificuldades geradas pelo Ministério da Educação (MEC) para justificar a decisão, que não atinge quem já tinha o Fies.
Muitos estudantes reclamaram das dificuldades para se inscrever no Fies. O MEC alegou problemas na grande demanda de acesso ao sistema de inscrição. Ainda segundo o MEC, se for preciso, o prazo final será prorrogado para que todos os contratos vigentes possam ser renovados.
Desde 30 de março, com a entrada das novas regras do Fies, para fazer a inscrição, o estudante deverá ter nota mínima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio e não ter tirado nota zero na redação. Na avaliação da PUC, atualmente não há segurança em relação às regras aplicáveis ao Fies, o que gera um quadro de “incerteza e desrespeito” com a institução e a comunidade universitária.
O Ministério da Educação conseguiu na Justiça derrubar as liminares que suspendiam as novas regras do Fies. Com isso, as instituições particulares de ensino superior não podem aumentar as mensalidades acima do teto de 6,4%.
O Fies permite ao estudante cursar uma graduação em uma instituição particular e, depois de formado, pagar as mensalidades a uma taxa de juros de 3,4% ao ano. O aluno só começa pagar após 18 meses de concluído o curso.
Segundo o último levantamento divulgado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Fies já acumula 1,9 milhão de contratos e 210 mil alunos novos foram incluídos no programa. Outros alunos estão recorrendo a financiamentos particulares.