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Incrível como a REDE GLOBO consegue, a cada dia, chamar para si a atenção do povo brasileiro, investindo em temas polêmicos e utilizando um marketing altamente eficiente. Até mesmo os críticos da sua linha editorial e da programação, acabam contribuindo para maior repercussão do que ela produz.
Pela propagação e cobertura dos atos públicos contra a corrupção no governo, mostrando imagens reais captadas em todo o país, os petistas e simpatizantes afirmaram que a emissora estaria politizando o evento e incentivando a população ir para as ruas, protestar contra Dilma.
Agora a reclamação está relacionada às novelas. Além das opiniões postadas nas redes sociais, existem manifestações de setores da representação popular. A Câmara Municipal de Pombal, no alto sertão paraibano, aprovou uma Moção de Repúdio à Rede Globo de Televisão, em virtude das cenas do último capítulo da novela “Império”, exibida pela emissora na noite de sexta-feira (13). A cena repudiada pelo parlamento municipal foi a que mostrava o pai sendo executado pelo filho.
É como se a Vênus Platinada tivesse exibido ou criado um crime único na história, quando sabemos que a humanidade sempre praticou as suas barbáries, a exemplo do bíblico fato de Caim e Abel. O livro sagrado do cristianismo prevê que “um irmão entregará à morte seu irmão, e o pai ao filho, e os filhos se rebelarão contra seus pais e lhes causarão a morte”.
Esta semana a GLOBO passou a ser apedrejada, por conta da cena do beijo entre duas mulheres, no primeiro capítulo de BABILÔNIA, o novo conflito das 9 da noite. Mais uma vez a GLOBO não mostrou nenhuma aberração na cena protagonizada pelas consagradas Natalia Thimberg e Fernanda Montenegro, pois beijo, sexo e amor envolvendo mulher com mulher e homem com homem, acontecem desde a época do Império Romano.
Não morro de amores pela televisão do plim plim. Mas não me nego aplaudir a sua competência de trocar os dramalhões mexicanos e as sessões de descarrego pelo jornalismo dinâmico e pelas produções esmeradas da teledramaturgia.
A REDE GLOBO não é nenhuma mocinha pura, porém também não é a pervertida que muitos apregoam. Na vida real ou na ficção ela apenas retrata o comportamento e as práticas de seres humanos, muitos dos quais espiritualmente já ocupando sepulcros caiados mas, hipocritamente, insistindo em se julgarem a semelhança de Deus.
OUVIDORIA NO RÁDIO
A prefeita de Monteiro, Edna Henrique, dá um belo exemplo de gestão pública democrática e participativa.
Solicitou à direção da rádio comunitária 104 FM IMPRENSA que, na sua programação jornalística diária, de grandiosa audiência, mantenha os telefones abertos para participação do povo, indistintamente, que pode sugerir, reclamar, aplaudir, reivindicar e criticar sobre os serviços prestados pelo município.
Tem mais. Determinou aos secretários e auxiliares diretos que ouçam a participação popular e procurem resolver as demandas ou, no mínimo, ofereçam um esclarecimento. Se o caldo engrossar ela mesma põe a mão na massa e chama o feito à ordem.
Não é à toa que se elegeu prefeita por duas vezes e, na campanha do ano passado, contribuiu bastante para a vitória do marido, João Henrique, na disputa local para deputado estadual.
UMAS & OUTRAS
Apolônio Anastácio, líder político dos mais conceituados da região do Cariri, tinha como esporte da sua preferência a corrida de cavalos. Construiu uma pista na sua fazenda, onde milhares de pessoas assistiam as corridas, torcendo pelos animais de sua preferência e apostando.
Apolônio soube de um cavalo muito famoso pras bandas da Ipojuca dos Brito. Era um cavalo que não perdia pra ninguém. Empolgado com a fama e o porte do cavalo, comprou o animal a preço de ouro e o trouxe para Monteiro, onde o tratava com muito zelo.
De repente, aparece o dono de uma égua, da cidade pernambucana de Pesqueira, cantando Apolônio para uma corrida. A égua não era tão afamada como o cavalo de Anastácio. Acertaram a “carreira” para a cidade de Pesqueira.
A disputa aconteceu e, para surpresa de muitos, a égua ganhou. Diferença mínima, “pela cabeça”. Na aposta, Apolônio perdeu o dinheiro equivalente a 10 vacas boas.
Achando que tinha acontecido uma “zebra”, Apolônio pediu revanche e foi marcada uma segunda corrida para um mês depois, em Monteiro.
Passou um mês inteiro tratando o seu animal como se trata uma majestade. A derrota em Pesqueira estava atravessada na garganta.
Dia do prado. Uma multidão marcando presença, com 90% das pessoas torcendo e apostando no cavalo.
Dada a largada. Até o meio da corrida, os animais emparelhados. De repente a égua de Pesqueira toma a frente, acelera e chega ao vencedor, vitoriosa, com uma frente superior a 5 metros. Frustração geral. Muita gente perdeu dinheiro. Mais 20 vacas de Apolônio foram embora.
Um grupo de amigos cercou Apolônio, dando-lhe apoio psicológico. Nisso, chega Zé Reis que, tentando consolar, diz:
– Desanime não, Apolônio. Esse cavalo seu é muito bom. Eu acho que o problema é o jóquei. Marque outra carreira que a gente ganha e tira o prejuízo.
Tirando o chapéu, Apolônio Anastácio bateu nos ombros do amigo e, pra risada geral, respondeu:
– Deixa de ser besta, Zé Reis, quem fica animado levando pau no rabo, é zabumba.
Por Simorion Matos