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Em visita a comunidade do Uruçu, em São João do Cariri, no Cariri Paraibano, a equipe de reportagem foi recepcionada por Ana Jussara Aires de Oliveira, presidente da Cooperativa Agropecuária de Uruçu e do vereador de São João do Cariri do Cariri, José Robson, e conheceu de perto o projeto “Água: fonte de alimento e renda – uma alternativa sustentável para o semiárido”, lançado há quase sete anos, as famílias são beneficiadas e comemoram os bons resultados
A produção durante todo o ano de alface, pimenta e outras hortaliças já é possível na Comunidade de Uruçu, mesmo com as condições adversas do clima seco, típico da região nordestina.
Através do projeto, as famílias beneficiadas têm acesso à água potável com a instalação de um dessalinizador e de forma coletiva a comunidade também se dedica à hidroponia – sistema de cultivo dentro de estufas no qual o solo é substituído por uma solução de água com nutrientes. Nas estufas, são produzidos pimentas, alfaces e outros produtos.
As famílias têm ainda outra alternativa de renda com a comercialização de tilápias que tem sido uma fonte de alimentos para os cooperados.
De acordo com Ana Jussara, atualmente a entidade é composta por 24 cooperados que de forma coletiva têm feito um excelente trabalho. Ela nos revelou que existe a intenção de investimentos para melhorar a infraestrutura e a comercialização dos produtos que são totalmente agroecológicos.
A presidente enfatizou que o projeto é fruto de uma parceria entre a Fundação CERTI, de Florianópolis (SC), com o Laboratório de Referência em Dessalinização da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e os Laboratórios de Biotecnologia Alimentar e de Hidroponia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Em relação ao apoio local, a presidente citou que o apoio dado pela Prefeitura de São João do Cariri se restringe apenas ao pagamento da conta de luz, resultante de uma parceria com a aquisição de água potável para as escolas da rede municipal de ensino. Ana Jussara também lamentou a falta de incentivos locais para aumentar a produção e comercialização. Ela disse que se tivessem mais incentivos à produção e comercialização aumentaria, consequentemente, melhoria a vida das pessoas envolvidas no projeto. Umas das principais reivindicações é a instalação de mais um poço artesiano e divulgação a nível regional e estadual dos produtos produzidos na cooperativa.
“Além da comercialização, os produtos podem ser consumidos pelas famílias cooperadas, que não encontram esses alimentos facilmente no mercado. Temos uma produção para atender supermercados e outros estabelecimentos, já que os produtos são diferenciados para as características da região, onde não existe produção hidropônica e nem orgânica”, diz a presidente.
Cariri em Ação – Marivaldo Alcântara