O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) sacramentou o rompimento político com o governador João Azevêdo (PSB). Em entrevista à TV Master, nessa segunda-feira (2), Coutinho fez críticas ao estilo do agora ex-aliado, reclamou das demissões de militantes no governo e desdenhou da capacidade de Azevêdo. “Não seria eleito nem para vereador”, disparou.
Para Ricardo, existem dois motivos para o divórcio entre ele e Azevêdo. O socialista, no entanto, disse que falaria apenas de um no momento. “O que acontece no PSB é muito mais grave, vem desde o ano passado antes da posse. Existem dois motivos, um não posso comentar agora, pois, falarei no futuro, e o outro era 2022. Quem teve de graça o cargo de governador, quando não seria eleito nem para vereador, tem medo de 2022 como se eu fosse pleitear. Se eu me apegasse a cargos, eu teria sido candidato a senador com uma eleição onde não gastaria nada”, afirmou.
Governador por oito anos, Coutinho condenou o governador João Azevêdo por demitir militantes no governo. “Os militantes estão sendo demitidos… o nível de demissão foi enorme no Hospital de Trauma, não entendo o porque desse ódio, não entendo como alguns secretários não conseguem ser recebidos”, contestou.
Coutinho diz que em março de 2018, o então secretário e pré-candidato João Azevêdo, teria pedido a sua permanência no governo até o fim do mandato, para que a candidatura do PSB não fosse “engolida” pela vice-governadora Lígia Feliciano (PDT).
“Uma outra coisa que escutei foi o governador dizendo foi de que não me pediu para ficar no governo. Isso não é verdade, pediu sim, foi no final de fevereiro, começo de março [de 2018], lá na Granja Santana. Ele disse que se eu saísse do governo, com dois meses ele não sustentaria, porque Lígia [Feliciano, vice-governadora] iria engoli-lo, palavras dele. Eu não disse nada, fiquei na minha e não adiantei posicionamento nenhum e fui maturando, e, resolvi não sair candidato e fazer aquilo que julgava ser mais correto para a Paraíba”, revelou.
Ainda para Ricardo, a vaidade subiu a cabeça do governador, para que, segundo ele, abandonasse o “projeto”, e questionou o caráter do ex-aliado:
“Você para sentar numa cadeira de chefe de alguma coisa, viver com bajuladores, tem que ter uma segurança muito grande da tua construção de gente, para passar por isso sem se quebrar. O que o PSB fez ao atual governador, o que? Deu um mandato? Poderia ter um senador como eu e não teve”, atacou.