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Zelar pelos direitos e deveres da criança e do adolescente é a principal função do conselheiro tutelar, profissional que enfrenta diversos riscos em sua jornada de trabalho. Como aconteceu na última quinta-feira (05), com três conselheiros do município de Poção – PE que foram executados a tiros numa chacina quando estavam realizando atividades do órgao.
O presidente da Associação de Conselheiros Tutelares do Cariri, Babá Pimentel, afirmou que todos os conselheiros da região estão abalados com a tragédia. “Nós conhecíamos os colegas que foram mortos e estamos em choque com essa triste fatalidade”, relata o presidente. Já o especialista na área Dr. Wilson Quirino declarou que os gestores precisam reconhecer a importância e o risco dos profissionais da classe. “Possivelmente esses conselheiros que foram mortos, estavam trabalhando de forma indevida indo além de sua competência, realizando o trabalho da polícia”. Ele ainda ressaltou que isso ocorre devido a falta de formação técnica e que um sindicato deveria ser criado para cobrar melhorias para categoria.
De acordo com a conselheira Josefa Brito, que atua na cidade de São João do Cariri, os desafios para desempenhar as atribuições do órgão são muitos. Porém com o apoio do gestor municipal e da população é possível realizar um trabalho de fiscalização, prevenção e combate a qualquer fato que venha prejudicar a criança e o adolescente.”As dificuldades no nosso dia a dia são muitas, pode não parecer mas estamos expostos a muitos riscos e não temos muitas garantias de segurança”, afirma a conselheira.
A conselheira ainda informou que apesar de São João do Cariri ser um município de pequeno porte as ocorrências registradas pelo órgão aparecem em um número considerado. Os casos mais registrados são de negligência dos pais em relação a educação dos filhos. “Estamos desempenhando uma parceria com as escolas da cidade para promover palestras e peças teatrais que vão contribuir para criar no adolescente a consciência de seus direitos e deveres perante a sociedade”.
Várias Conselhos Tutelares do Cariri possuem uma boa infraestrutura com sede própria, veículos, computadores e um aparato que serve de apoio na realização das ações. “A lei 12.696/2012 obriga os municípios a disponibilizar capacitação continuada para os conselheiros tutelares, uma vez que esses profissionais precisam estar preparados para os desafios da profissão”, relata Francisco Júnior ex conselheiro tutelar.
No final do ano passado a cidade de Gurjão sediou um Encontro Interestadual de Conselheiros Tutelares. Foram três dias de palestras e trocas de experiências entre agentes da Rede de Proteção para a Criança e o Adolescente dos estados de Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe e Rondônia.
DE OLHO NO CARIRI
Roberta Lucena