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O verão na Paraíba começou com chuvas irregulares e assim deve permanecer até o mês de abril. Já o período de chuvas intensas começa a partir de março e vai durar até junho, época que também iniciam as estações de outono e inverno, conforme previsão climática para os próximos três meses do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
As chuvas pontuais, apenas em algumas regiões do Estado, altas temperaturas e o clima seco são a causa da rápida evaporação das águas dos açudes e da redução do volume dos reservatórios. A ocorrência de chuvas escassas atingirá principalmente as regiões do Centro e Norte da Paraíba, que abrange as microrregiões do Cariri, Curimataú, Sertão e Alto Sertão.Porém, o período chuvoso beneficiará as regiões do Agreste e Litoral paraibano.
De acordo com o Inmet, a ausência da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) sobre a Paraíba foi o motivo das chuvas escassas durante o mês de dezembro do ano passado e janeiro deste ano, pois a ZCAS é responsável por trazer volume de água para o Estado.
O chefe do setor de previsão do tempo do Inmet, Ednaldo Correia, explica que a média dos valores de chuva pode variar entre 200 milímetros (mm) e 740 mm. “Nesta região, a média da temperatura máxima para o trimestre de fevereiro, março e abril é de 26ºC a 32ºC, e a média da temperatura mínima é de 18ºC a 24ºC, sendo que os menores valores (18ºC) ocorrem na região central da Paraíba”, afirmou .
Pouca chuva é sinal de aumento de temperatura e em João Pessoa, a população busca os mais variados meios para amenizar o ‘calorão’. A recepcionista Maria do Socorro, 32 anos, aproveitou o finalzinho das férias para ir à praia na manhã de ontem, levando filhos e sobrinhos.
“Volto a trabalhar segunda-feira, mas estou aproveitando cada segundo para vir à praia. Não tem quem aguente esse calor, só estando na água mesmo. Eles (filhos e sobrinhos) estão adorando a diversão”, declarou.
AÇUDES PODEM FICAR COMPROMETIDOS
Para a meteorologista da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa), Marle Bandeira, a irregularidade de chuvas poderá variar quanto ao tipo de clima e de cada região.
“Nesse período tem-se o encerramento da pré-estação e início da estação chuvosa no Semiárido do Estado, mas não apontam condições pluviométricas extremas. Percebemos uma grande irregularidade das chuvas. Uma região poderá experimentar bem mais chuva do que outra, por isso a Aesa divulga diariamente a previsão do tempo para indicar a região que será mais beneficiada”, afirmou.
RESERVATÓRIOS
Marle Bandeira ainda disse que por conta da baixa expectativa de chuvas, os reservatórios de água do Estado podem ficar comprometidos, uma vez que as chuvas dependerão da localização de cada sistema de abastecimento. “Isso quer dizer que somente com 48 horas de antecedência das precipitações poderemos identificar quais bacias hidrográficas ganharão mais volume nos açudes. A consciência e o uso racional da água, por parte da população, deve continuar até que o cenário mude”, orientou.
Para amenizar os efeitos da estiagem, o gerente executivo dos programas governamentais da Paraíba, Luiz Antônio da Franca, lembrou que projetos como o ‘Água para Todos’, do Ministério da Integração Nacional, contribuem para que as famílias das regiões semiáridas possam ter autonomia no acesso aos recursos hídricos. “O principal benefício é permitir que a população do meio rural passe a dispor de uma fonte de água de qualidade. As cisternas, por exemplo, são construídas permitindo que haja uma segurança hídrica de oito meses. Além disso, são oferecidas informações para o convívio com o Semiárido, para gestão da água e desperdício”, pontuou.
Jornal da Paraíba