25
Uso compartilhado de seringas e principalmente relações sexuais sem uso de preservativo. Essas são algumas formas de contágio do Vírus Humano da Imunodeficiência (HIV), responsável pela quarta doença que mais mata no mundo: a Aids. Nos últimos quatro anos (2010-2013), quase 500 paraibanos morreram por conta da doença, e neste ano, já foram 118 óbitos pelo mesmo motivo, conforme dados repassados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Amanhã, será comemorado o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Em toda Paraíba, de 2010 a 2013, a doença foi a causa da morte de 497 pessoas. Isso significa uma média anual de 124 óbitos de soropositivos.
Quando a prevenção não é respeitada e há contaminação, o diagnóstico precoce, seguido pelo tratamento adequado, é capaz de diminuir uma possível sentença de morte. Ainda segundo a SES, graças ao trabalho intensificado de conscientização, por meio de campanhas educativas, os diagnósticos têm sido realizados cada vez mais cedo. No entanto, a secretaria adverte que o problema não pode ser banalizado, pois 322 novos casos de Aids já foram notificados no Estado, apenas neste ano. No grupo desses novos soropositivos, 106 são de João Pessoa e 42 de Campina.
O Complexo Hospitalar Clementino Fraga, na capital, é referência no atendimento a pacientes com a sorologia positiva para o HIV, assim como os Hospitais Universitários e os Serviços de Assistência Especializada (SAEs).
As estatísticas da SES revelam que as pessoas do sexo masculino têm mais a doença, somando 231 notificações no mesmo período, 71,7% do total. Já em relação à faixa etária, pessoas com idade entre 30 e 39 anos registram a maior incidência com 117 casos (36,3%).
A coordenadora da Gerência Operacional das DST/Aids e Hepatites Virais da SES, Ivoneide Lucena, salientou que o tratamento da Aids avançou muito nos últimos anos, mas que é preciso ficar atento. “A doença hoje não é mais sinônimo de morte, mas também não pode ser banalizada. É uma doença crônica que é possível conviver tomando alguns cuidados”, disse.
Ivoneide Lucena destacou que atualmente existe uma gama extensa de medicamentos para o tratamento. “Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente o coquetel antiAids para os que necessitam do tratamento. Além dele, existem 22 tipos de antirretrovirais (ARVs) com 40 apresentações, divididos em seis classes. Para combater o HIV é preciso utilizar 3 ARVs combinados, sendo 2 medicamentos de classes diferentes, que podem ser combinados em um só comprimido”, explicou.
Para ela, a falta de informação não deixou de ser um problema, mas o dia 1º de dezembro, data em que é comemorado o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, serve para reforçar e ampliar as informações. “É difícil alegar que falta informação, especialmente quando se fala em adolescentes e jovens, tão antenados e conectados. O sexo não pode ser encarado como um tabu”, completou.
Campina Grande tem 42 novos casos da síndrome
Campina Grande já contabiliza 42 novos casos de pessoas que convivem com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV) somente este ano, segundo informou a Secretaria de Estado da Saúde. A população masculina representa a maioria desses números, somando 31 casos, enquanto o de mulheres corresponde a 11. A secretaria não disponibilizou dados de anos anteriores.
Para a secretária de Saúde do município, Lúcia Derks, a falta de conscientização do uso do preservativo ainda é o fator que mais contribui para o aumento dos casos de HIV, sobretudo em homens.
Segundo ela, a facilidade do diagnóstico também influenciou na descoberta de novos casos. “Nós estamos aumentando o acesso ao exame rápido, tanto no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) quanto nas próprias Unidades Básicas de Saúde (UBS) e isso tem feito com que mais pessoas saibam que são portadoras da doença”, disse.
Dia 1º marca luta contra doença
Em alusão ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids, desde a última sexta-feira a Gerência Operacional das DST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Estado de Saúde (SES) realiza diversas atividades para alertar sobre os riscos de contaminação do vírus (HIV). A programação da SES teve início na divisa entre a Paraíba e Pernambuco, na última sexta-feira, com a oferta de testes rápidos para detectar HIV, Sífilis, Hepatite B e Hepatite C, além de distribuição de insumos de prevenção para população, entregue especificamente aos caminhoneiros.
Os serviços foram retomados hoje, às 7h, no Busto de Tamandaré, localizado entre as praias de Cabo Branco e Tambaú, em João Pessoa, também com oferta de testes rápidos e distribuição de preservativos masculinos e femininos. Amanhã, a programação segue no Hospital Clementino Fraga, também na capital, com realização de testes rápidos durante todo o dia. O encerramento acontecerá na próxima sexta-feira, no porto de Cabedelo.
A Seção DST/Aids e Hepatites Virais e do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de João Pessoa também tem uma programação especial para lembrar a data. A abertura oficial do evento será realizada amanhã, a partir das 8h, no Ponto de Cem Réis, Centro da capital, e vai até o dia 16.
Jaine Alves – Jornal da Paraíba