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A principal arma de prevenção ao câncer de mama é a realização de exames mamográficos em mulheres a partir dos 40 anos de idade, que auxiliam no diagnóstico precoce e na diminuição de casos da doença. Na Paraíba, apenas onze municípios contam com aparelhos de mamografia na rede pública, somando 28 mamógrafos em todo o Estado, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Isso representa que 95% das 223 cidades paraibanas estão descobertas pelo serviço.
Conforme dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS) do Ministério da Saúde (MS), no ano passado, 212 paraibanas morreram vítimas de câncer de mama, e até agosto deste ano, 130 mulheres já perderam a vida pelo mesmo motivo.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que até o final deste ano, 750 novos casos da doença sejam registrados. O Estado apresenta uma taxa de incidência de 37,62 para cada 100 mil mulheres. Já em João Pessoa, são esperados 260 novos casos, com risco estimado de 66,48 em cada 100 mil pessoas do sexo feminino.
De acordo com a SES, os 28 mamógrafos estão distribuídos nos municípios de João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Guarabira, Monteiro, Patos, Itaporanga, Catolé do Rocha, Sousa, Princesa Isabel e Pombal, o que permite o acesso de paraibanas a mamografia em todas as regiões do Estado.
Na busca pelo diagnóstico precoce, a secretaria tem investido em capacitações aos profissionais de saúde sobre a prevenção e detecção do câncer de mama, logo do início da doença, onde foram priorizados eixos de prevenção e diagnóstico, além da organização da Rede de Atenção ao Câncer do Colo de Útero e de Mama, segundo a gerente do Núcleo de Saúde da Mulher da SES, Cíntia Regina Silva. “Mais de 700 profissionais foram capacitados em todas as macrorregionais do Estado, que também teve o objetivo de formar agentes multiplicadores de práticas relacionadas ao rastreamento do câncer de mama e colo de útero”, afirmou.
Cíntia Regina informou que durante este ano foram desenvolvidas ações direcionadas à melhoria dos Sistemas de Informação e Vigilância do Câncer, por meio da implantação do novo Sistema de Informação do Câncer (Siscan), e a formação de gestores para o acompanhamento e avaliação dos indicadores da doença. “É importante lembrar que as ações de prevenção são realizadas pelos municípios, cabendo à SES apoiar, orientar e monitorar dentro do que já está preconizado”, frisou.
No que se refere aos serviços de diagnóstico na Rede de Oncologia, a gerente do Núcleo de Saúde da Mulher da SES disse que o Centro Especializado no Diagnóstico do Câncer (CEDC), sediado em João Pessoa, é um serviço que merece destaque, sendo o principal laboratório público do Estado de referência para a detecção precoce do câncer de mama e colo de útero, disponibilizando atendimentos e procedimentos médicos especializados. “Toda sua oferta de serviços é regulada pelo município, com uma média de 9.500 atendimentos/mês entre consultas, exames e procedimentos”, ressaltou.
Já em relação ao tratamento, Cíntia Regina acrescentou que a SES está interiorizando alguns serviços, como a Unidade de Oncologia de Patos (Unacon), que após inaugurada, ampliará os atendimentos para o centro de Atenção em Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), realizando quimioterapia e radioterapia.
CAPITAL INTENSIFICA AÇÕES
De acordo com a coordenadora da Área Técnica de Saúde da Mulher, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de João Pessoa, Tânea Lucena,o município tem intensificado as ações para melhorar os atendimentos a mulheres que apresentaram alguma alteração nos exames mamográficos. “Ampliamos o acesso aos exames de ultrassom de mama, indicado para mulheres com menos de 35 anos, mamografias para as que possuem mais de 40 anos, e biópsias. As solicitações para esses serviços estão acessíveis em todos os postos do Programa Saúde da Família (PSF)”, pontuou.
Jaine Alves (JP)