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O debate promovido pela TV Correio, na noite desta sexta-feira (26), com os candidatos a governador da Paraíba nas eleições estaduais deste ano foi marcado por ataques do governador Ricardo Coutinho (PSB), que disputa a reeleição pela Coligação “A Forçado Trabalho”, ao senador Cássio Cunha Lima (PSDB), da coligação “A Vontade do Povo”. O tucano, por sua vez, procurou evitar se confrontar com o socialista, dizendo que preferia apresentar propostas. Cássio chegou a ironizar a postura do governo e lhe pediu calma.
Logo no primeiro bloco, Ricardo perguntou a Cássio como ele justificava gastos de cerca de 4,5 milhões com aluguel de jatinhos em seu governo, mas Cássio preferiu apresentar suas propostas para as áreas de saúde e segurança, prometendo “descentralizar o setor, reabrir hospitais de pequeno porte, criar centrais de diagnósticos, mutirões de saúde volante e colocar polícia nas ruas.
Na réplica, Ricardo disse que Cássio deveria ter gastado o dinheiro usando as aeronaves para tentar se livrar dos processos de sua cassação. O governador também lembrou de ação que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) acerca do ‘Caso Concorde’, que apura o arremesso de dinheiro de um edifício em João Pessoa durante as eleições estaduais de 2006.
Na tréplica, o tucano “disse que por mais que Ricardo tente desvirtuar o discurso vai continuar apresentando propostas”. No entanto, também “acusou o governador de ter comprado um helicóptero usado para a PM por R$ 9 milhões, quando um novo está avaliado em R$ 7 milhões”.
No segundo bloco, Cássio disse que, caso eleito, focará ações em obras estruturantes, como a duplicação da BR-230 de Campina a Cajazeiras, conclusão do Centro de Convenções de João Pessoa e lutar por uma montadora de veículos no Estado. Ele também disse ter dobrado a cobertura de saneamento básico nos municípios paraibanos, passando a rede de esgoto de 26% para 52%.
Ricardo questionou os dados de Cássio sobre saneamento e disse que a afirmação era falsa. Cássio respondeu dizendo que Ricardo tentava fazer provocações no debate, fugindo da apresentação de propostas. “A Paraíba quer saber se a segurança melhorou. O efetivo de policia diminui e as delegacias foram fechadas”, completou.
Ricardo insistiu, disse que Cássio fugiu das perguntas e estava mentindo ao dizer que tinha dobrado a área de saneamento básico da Paraíba. Neste momento, Cássio ironizou o “ataque” do governador e pediu calma a Ricardo. “Tenha calma Ricardo, você tem esta postura de confrontar com todo mundo. Mas, quem não fala a verdade é você, pois em todo debate apresenta um número diferente de leitos hospitalares na Paraíba”, disse.
Já o candidato Major Fábio (Pros) criticou Ricardo, por, segundo ele, o não cumprimento de promessas de campanha, a exemplo “da falta de reajuste para os servidores acima da inflação e concurso para a PM. Major Fábio se declarou favorável a projeto para que criminaliza promessas não cumpridas. “Se já fosse Lei Ricardo seria punido por estelionato eleitoral”, afirmou. Ele também apresentou propostas para a área de segurança. “O povo saber como está à situação da segurança, a criminalidade aumentou muito. Mas, vamos fechar as divisas, comprar veículos blindados para as polícias, realizar concurso para a PM e criar o PCCR da categoria, segundo ele, promessas não cumpridas pelo governador.
Ricardo rebateu Major Fábio e disse que deu reajuste acima da média. “Professores receberam quase a 80%, policias 63%. Pagamos 14 e 15 salário para professores. Nesta circunstancia meu governo fez mais que qualquer outro, criou data base e todo mundo sabe. No meu governo todos os anos tem reajuste. Isto não existia”, declarou.
O candidato ao governo pela coligação ‘Renovação de Verdade’, Vital do Rêgo (PMDB), ressaltou as parcerias que irá estabelecer com o governo federal caso seja eleito. Ele destacou que obras realizadas pelo Governo do Estado foram financiadas pela gestão petista no país. O peemedebista prometeu criar um comitê de gestão para segurança pública que será comandado pelo próprio governador.
Vital também criticou a terceirização de hospitais pelo Governo do Estado. “Defendo o público, fui contra quando Cássio privatizou a Celb em Campina e Maranhão a Saelpa. O que está acontecendo no hospital de Trauma de João Pessoa e outras OSCIP que administras os hospitais na Paraíba é algo criminoso”, afirmou.
O candidato Antônio Radical (PSTU) também criticou a saúde pública, citando redução de leitos hospitalares. “Apesar da conversa do governador a situação do Trauma de João Pessoa é preocupante. A Cruz vermelha recebeu 110 milhões só em 2013, mais de 90 milhões em 2014 e não tem macas”, alfinetou. “Mas, o problema vem desde de 2005, do governo de Cássio, passando pelo do PMDB até o atual de Ricardo”, acrescentou
Radical e o candidato Tárcio Teixeira (PSOL) criticaram o financiamento privado de campanha. Radical lembrou que as empresas Via Engenharia e Alpargatas fizeram grandes doações as campanhas de Cássio e Ricardo. “A Via Engenharia doou mais de dois milhões para os dois e Alpargatas mais de três milhões”, disse.
Já Tárcio Teixeira ressaltou que recentemente denunciou que a Cerâmica Elisabeth doou cerca de R$ 500 mil reais a Ricardo Coutinho e ao mesmo tempo é beneficiada pela política de isenção fiscal do Governo do Estado.
“A gente fica perguntando se esse financiamento de campanha e essa isenção fiscal não tem relação com atuação de campanha, já que é no mesmo espaço de tempo”, disparou Tárcio Teixeira.
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