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O trabalho desenvolvido por um grupo de 50 artesãs do Ateliê Renascença de São Sebastião de Umbuzeiro será apresentado durante um evento promovido pelo projeto social Artesanato Solidário (ArteSol), na sede do Sesc São Paulo, nos próximos dias 16 e 17. Entre elas, está a paraibana Dorinha Ramos da Silva, que trabalha há mais de 40 anos com a renda renascença e foi convidada a ministrar palestra sobre seu ofício para outras artesãs.
Dorinha foi selecionada por uma comissão composta por profissionais do projeto ArteSol que priorizam o saber-fazer artesanal enquanto fruto de passagem de saber entre as gerações. A partir disso, eles elaboram projetos e ações voltadas à valorização da atividade artesanal de referência da cultura brasileira.
“Fiquei muito honrada com o convite por ter a oportunidade de divulgar o trabalho bem feito que realizamos na Paraíba, além de poder disseminar nossa cultura, que possibilita cada vez mais a autonomia dos detentores do saber, nós artesãos”, disse orgulhosa a artesã. Ela acrescentou ainda que os eventos não param, pois, devido ao ingresso no Programa de Artesanato da Paraíba (PAP), todos os meses do ano viaja a trabalho.
Dorinha lembrou que aprendeu o ofício com uma vizinha. “Quando ela levava suas peças para vender, colocava as minhas no meio. Foi assim que tudo começou. Fiquei órfã de pai aos 6 anos e queria ajudar minha mãe”, relembra a artesã, que nasceu no município de Boqueirão e hoje mora em Campina Grande.
Para a gestora do PAP, Lu Maia, o convite mostra a valorização do artesanato paraibano em nível nacional. “Nosso artesanato é de alto nível de excelência, por isso, além da promoção de nossas feiras, eles (os artesãos) participam de eventos durante todo o ano e conseguem se manter da própria renda”, destacou.
O Programa de Artesanato da Paraíba é vinculado à Secretaria de Estado do Turismo e Desenvolvimento Econômico e tem como coordenadora a primeira-dama do Estado, Pâmela Bório. O PAP tem como como nova gestora, Lu Maia.
Renda – A renascença associa-se à renda de bilros da Bélgica e dos Países Baixos, embora seja também executada na Itália, na França, na Inglaterra, em Portugal e no Nordeste do Brasil. Os rendeiros desenham o motivo em papel e fixam-no num fundo de linho encorpado. A renda é executada preenchendo o desenho com pontos caseados.
Secom-PB