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O número de escolas públicas que oferecem o ensino integral vem crescendo na Paraíba, conforme afirmam as secretarias de Educação do Estado e dos municípios. A modalidade tem o objetivo de melhorar o aprendizado dos alunos dos ensinos fundamental e médio, o que tem acontecido, segundo pais e educadores. Contudo, o que se destaca é a estrutura improvisada das escolas, que tentam driblar as dificuldades para melhorar a qualidade da educação.
O comprometimento dos professores e dos demais profissionais que fazem a escola é marcante. Na Escola Estadual de Ensino Fundamental Francisco Campos, no bairro dos Bancários, a estrutura está longe da ideal, mas mesmo assim o ensino integral é ofertado aos 280 alunos matriculados.
Parte da escola está em reforma, o que compromete muito o funcionamento da unidade escolar. Apesar dessa dificuldade, os educadores se empenham em oferecer um ensino de qualidade aos alunos, sendo a maioria de baixa renda.
A oferta do ensino integral é uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que determina que pelo menos 50% das escolas públicas implantem essa modalidade de ensino, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica. A proposta é aprovada por muitos pais e educadores, e é vista como uma chance de melhorar a educação no Brasil, que tenta seguir o modelo adotado por países como Irlanda e Chile, exemplos quando o assunto é Educação.
A gerente de educação infantil e ensino fundamental da Secretaria de Educação Estadual, Aparecida Uchôa, disse que a Paraíba tem 627 escolas já ofertando o ensino integral, sendo 579 delas do ensino fundamental e as outras 48 do ensino médio. Ela admitiu o improviso em muitas unidades educacionais do Estado, mas afirmou que desde 2012 as escolas que foram construídas já seguiram o novo modelo estrutural para a oferta do ensino integral.
Segundo a gerente, em cidades do interior, os diretores usam praças e associações para que as atividades previstas no currículo do ensino integral sejam cumpridas. Por conta dessa deficiência, nem todas as escolas podem oferecer o ensino integral a todos os alunos matriculados, conforme afirmou Aparecida. “A orientação é que as escolas utilizem os espaços públicos. Em Cajazeiras, por exemplo, fizemos parceria com uma associação do Banco do Brasil, para que as atividades sejam realizadas”, declarou. Ela disse que nas cidades maiores, como João Pessoa e Campina Grande, a dificuldade em encontrar espaços públicos é bem menor que nas cidades do interior.
As escolas que estão sendo construídas atualmente pelo Estado, segundo a gerente, contam com salas de aula, biblioteca, refeitório, banheiros adequados para banho e sala de convivência múltipla. “Essas salas servirão para o descanso dos alunos, que podem ver um filme ou ler um livro no momento que não tiver aulas ou outra atividade na escola”, explicou Aparecida.
JOÃO PESSOA
Sobre o ensino integral na rede municipal de ensino de João Pessoa, o secretário Luiz Souza Júnior disse que as escolas ainda estão se adaptando. “Muitas escolas foram construídas há mais de 40 anos, quando nem se sonhava em ter ensino integral. As escolas não foram pensadas arquitetonicamente para esse fim, por isso estamos fazendo a adequação”, declarou.
Enquanto a adequação não é feita, o jeito é improvisar. Apenas 14 escolas públicas municipais oferecem o ensino integral para todos os alunos, as demais, segundo o secretário, oferecem a modalidade apenas para alguns estudantes, exatamente porque não há estrutura para atender todos. “As escolas mais novas já apresentam espaços adequados para o ensino integral. Outras cinco que foram licitadas e terão as obras iniciadas em breve também já estarão dentro do modelo ideal”, frisou.
Valéria Sinésio – Jornal da Paraíba