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A seleção brasileira viu o sonho de conquistar a Copa do Mundo em casa se transformar no pior vexame da história: massacre da Alemanha por 7 a 1, no Mineirão, na tarde desta terça-feira. Logo após a partida, o técnico Luiz Felipe Scolari falou sobre a derrota e assumiu a culpa. Disse que é o responsável, admitiu que esse foi o ponto mais baixo da equipe em toda a história e explicou os motivos que o fizeram apenas assistir aos cinco gols sofridos no primeiro tempo, sem alterações. O treinador também confessou que tentou enganar a imprensa treinando o time com Willian, quando já havia definido a entrada de Bernard.
Assume a culpa
“Quem é responsável quando a equipe se apresenta? Quem é colocado como técnico? Quem é responsável pelas escolhas: sou eu. O resultado pode ser dividido porque os jogadores querem, porque dividimos as responsabilidades. Mas as escolhas, a parte tática, sou eu… o responsável sou eu. Vou ser lembrado pela pior derrota, mas era o risco. Quando assume o risco, tem que assimilar e seguir a vida”
Pedido de desculpas
“Primeiro peço desculpas pelo resultado negativo, por não chegar na final. Vamos trabalhar e honrar aquilo que é a nossa equipe, jogando pelo terceiro lugar em Brasília. Agradecer a todos, de forma categórica, e à torcida”
Por que não mexeu no time?
“24 minutos, 25, 26, 28 e ninguém [nenhum jogador que entrasse] vai trocar nada! Foi um atrás do outro. Foi um branco total. Tentávamos falar para organizar, para ficar um pouco, porque foi pressão que deu tudo certo e deu errado naquele momento. Não tinha o que fazer naquela oportunidade. Mudar quando está em pane não vale a pena, então esperei”
Tentou passar a escalação errada
“Vocês estavam lá e vocês cobrem treinos, passam informações para o jornal de vocês e o adversário vê. A gente também quer confundir. Quando fomos na coletiva, falamos que tínhamos recebido informações, assistido vídeos e visto jogadas que podíamos fazer em cima de A ou B com jogador de velocidade, e esse jogador era o Bernard. Por isso colocamos ele no final para ter as jogadas e foi isso que fizemos ontem em relação ao jogo de hoje. Ele já sabia que ia jogar ontem quando disse que o time estava definido”
Nem Neymar salvaria
“Se eles fizeram aquilo ali, fariam com o Neymar também. Não teriam como defender jogadas dos gols”
Geração não está perdida e será base para 2018
“Por que? Por que perdeu? Dessa equipe 12 ou 13 jogadores estarão em 2018. É um caminho que está sendo feito. Foi o caminho da Alemanha. É a pior derrota? Mas é um caminho que temos que aprender. Temos que sentar, analisar, ver o que aconteceu. Temos que trabalhar com eles, porque muitos estarão em próximas convocações e podem estar no Mundial de 2018, mostrar que foi atípico, que hoje não é o normal porque o que a Alemanha jogou hoje não foi normal”
Demissão
“Isso não é assunto para conversar agora. Eu tenho que trabalhar para sábado [disputa do terceiro lugar] para fazer um bom resultado”
Pior dia da vida
“Horrível o clima. Mas não tem o que fazer agora, no momento, dentro do vestiário. Temos que fazer a mudança do nosso comportamento, do ambiente quando voltarmos, quando for jogar o jogo de sábado. Temos que assimilar a derrota. Foi a pior derrota para o Brasil, mas aconteceu e a vida vai continuar, tem que continuar e é o melhor para a nossa vida. Provavelmente foi a pior embora tenha perdido outros jogos. Quando perde de um ou de cinco, fica a revolta por não ter feito algo e não conseguir mudar. Naturalmente, se eu for pensar na minha vida como jogador, técnico e professor de educação física, acho que foi o pior dia da minha vida, mas a vida continuar”
Você fica em dívida com o Brasil?
“Eu não tenho divida. Eu fiz meu trabalho como em qualquer lugar. Fiz o que achava correto e melhor. Tivemos uma derrota hoje, mas desde um ano e meio para cá, essa foi a primeira derrota. Foi horrível pelo resultado 7 a 1, mas depois de 5 a 0 vai correr atrás para honrar, para mostrar que foi um desastre e foi o que fizeram. Não é dívida, nem credito”
G1