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Neymar, sua família e médicos especializados em coluna discutiram no último sábado uma alternativa para deixar o craque em condições de disputar uma eventual final da Copa do Mundo caso o Brasil passe pela Alemanha na semifinal de terça-feira, às 17h, no Mineirão, em Belo Horizonte.
Em visita à casa do jogador, no Guarujá, litoral de São Paulo, Mauricio Zenaide, médico do Santos, Rafael Martini, fisioterapeuta do clube, e Nicola Carneiro, especialista em coluna, o avaliaram e diagnosticaram a possibilidade de realizar infiltrações de analgésico. O diagnóstico é de que a lesão na terceira vértebra da região lombar da coluna, conhecida como L3, é a menos grave possível para a região.
Os médicos disseram que, se alguém pudesse escolher um local da coluna para ter alguma lesão, seria justamente esse. Numa classificação científica que vai de A1 até C3 para fraturas das regiões lombar (atingida no caso do atleta) e torácica da coluna, a dele se encaixa na de menor gravidade. As lesões do grupo A são por compressão, enquanto as do grupo B acusam ruptura, e as do C, mais sérias, estão ligadas a desvios rotacionais.
Neymar e a família avaliam a possibilidade de autorizar a execução do plano caso o Brasil vença a Alemanha em Belo Horizonte. O atacante teria de passar por um procedimento para bloquear a dor na região da vértebra fraturada após a joelhada do colombiano Zuñiga, nas quartas de final. Isso seria feito a partir de quarta-feira, dia 10. Seriam realizadas injeções de analgésico – as chamadas infiltrações – para isolar a área da fratura e permitir que o atleta recupere os movimentos.
O sucesso da empreitada não é garantido – as possibilidades são poucas. Mas, caso o Brasil se classifique, Neymar parece disposto a tentar. Por ora, o estafe do atacante não confirma e também não nega a intenção.
– A versão oficial é que ninguém agora está pensando nisso. Estamos pensando na recuperação do Neymar, não em carreira – afirmou Eduardo Musa, gestor da imagem de Neymar.
A intensidade da dor será determinante. No momento da consulta ela ainda era muito aguda. As primeiras 48 horas são as mais dramáticas nesse tipo de lesão. O fato de ser uma região coberta por músculo agrava a dor. É ela que inibe os movimentos que o atacante precisaria fazer em campo, por isso as injeções seriam uma tentativa de isolamento da dor.
Segundo o diagnóstico, a fratura em si não causaria limitação de movimentos. Os envolvidos na operação já tiveram o cuidado de checar e descartar o risco de doping com a medicação a ser ministrada.
A CBF, assim que a lesão foi constatada, ainda no Castelão, em Fortaleza, liberou Neymar para fazer o tratamento em casa. O departamento médico da entidade não considera essa possibilidade e acha que os movimentos, principalmente de rotação, ficariam comprometidos. Grande parte do potencial de Neymar está em sua rápida mudança de direção. Também há a ressalva de que esse procedimento retardaria a consolidação da fratura. Inicialmente, o tempo de recuperação estimado para um lesão desse tipo é entre 40 e 45 dias.
G1.com