36
A Paraíba não registrou Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLT) em mais de 62% dos 223 municípios paraibanos no primeiro trimestre de 2014, segundo dados do Relatório de Indicadores Criminais do Programa Paraíba Unida pela Paz, elaborado pela Secretaria de Segurança e Defesa Social do Estado (Seds). De janeiro a março, 140 cidades não registraram mortes em suas limitações geográficas.
Antecipando a tendência registrada em 2014, no primeiro trimestre de 2013 o órgão identificou 139 cidades paraibanas sem mortes e 80 delas não tiveram um único registro durante todo o resto do ano. Dentre as cidades que não tiveram um único registro de homicídio em 2013 estão Caraúbas, Condado, São Sebastião do Umbuzeiro, Santa Terezinha, Logradouro, São José do Brejo do Cruz, Marcação, Camalaú, Sumé, Riachão, Aguiar, Bonito de Santa Fé.
A explicação para esse declínio no número de mortes nas cidades paraibanas e a inexistência desse tipo de crime em outras, na avaliação do comandante geral da Polícia Militar da Paraíba (PMPB), coronel Euller Chaves, é um conjunto de ações integradas, aliado ao monitoramento diário das estatísticas dos registros de violência, e ao trabalho de inteligência e policiamento solidário.
“Nossa maior preocupação é a vida humana. As circunstâncias determinam a ação policial e os criminosos nos acompanham, mas estabelecemos o controle dos focos de violência no estado e os números estão regredindo”, frisou.
Coronel Euller Chaves reforça que é preciso ‘despolicializar’ a problemática da violência. Para ele, a redução dos índices (que apresentaram elevação no começo dos anos 2000 e o ápice de 2008 a 2010) tem ocorrido sem aumento considerável de policiamento, mas sim de estratégias de inteligência, aliadas ao monitoramento diário dos crimes em bairros e cidade. “Não é aumentar efetivo de policiais que reduz a violência. O que reduz a criminalidade é estratégia de combate ao crime”, frisou.
Diante da maior concentração dos homicídios nas grandes cidades, o coronel Euller Chaves, ressaltou que um dos grandes desafios da segurança pública é garantir a sensação objetiva e subjetiva de segurança vivenciada pela população. “Há a redução das taxas de homicídios e outros crimes, mas também a necessidade de dar à população a sensação subjetiva de segurança e esse é um desafio diário”, disse.
Entre as 140 cidades que não apresentaram homicídios no primeiro trimestre em 2014, também não pontuaram nas estatísticas de Crimes Violentos Letais Intencionais no mesmo período de 2013 e 2012, a exemplo de Cuité de Mamanguape, Curral de Cima, Marcação, Casserengue, Lagoa de Dentro, Duas Estradas, Junco do Seridó, Olivedos, Zabelê, Camalaú e Tavares.
Homicídios caíram 21,6% em 2014
O primeiro trimestre de 2014 apresentou uma redução 21,6% em relação aos primeiros três meses de 2012, quando houve a primeira curva decrescente na quantidade de homicídios na Paraíba. Em 2012, a Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social (Seds) registrou a morte de 445 pessoas no primeiro trimestre. No ano seguinte, houve uma redução para 418 no mesmo período. De janeiro a março deste ano o órgão contabilizou 349 mortes.
Em comum, as vinte cidades com maior registro de homicídios têm a localização ou proximidade de regiões metropolitanas ou cidades polos, segundo o comandante geral da Polícia Militar, coronel Euller Chaves. Para ele, quanto mais distante o município é das grandes cidades, menos violência é registrada. “Os crimes estão se concentrando nas regiões metropolitanas. No entanto, temos obtido resultados positivos. Cada região requer uma leitura específica e detalhada. É o que estamos fazendo”, frisou.
Primeira vez em mais de uma década, os índices de segurança pela têm caído progressivamente desde 2012, segundo o comandante geral da Polícia Militar, coronel Euller Chaves, por conta de um acompanhamento mais sistemático das notificações. “Nós temos dois fenômenos ao analisar os dados da última década: os fenômenos ‘vassoura’ e o da reeleição. Todo início de governo registra redução de crimes, mas depois aumentava ano a ano, chegando ao ápice no ano de reeleição. Nós estamos reduzindo a violência ano a ano. O crime é algo imponderável, mas nós nos baseamos nos dados diários e na inteligência”, ressaltou.
G1 – Paraíba