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A popularidade do governo da presidenta Dilma Rousseff (PT) caiu em março, na comparação com novembro do ano passado, segundo indicadores da pesquisa CNI/Ibope divulgada hoje (27) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o levantamento, o percentual da população que avalia o governo dela como ótimo ou bom caiu de 43% para 36%. A aprovação da maneira de governar caiu de 56% para 51% no mesmo período.
De acordo com a CNI, a parcela da população que confia na presidenta caiu de 52% para 48%, mas essa diferença está, segundo a entidade, no limite da margem de erro. A pesquisa CNI-Ibope fez 2002 entrevistas em 141 municípios, entre os dias 14 e 17 de março. A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número BR-00053-2014.
O recuo no percentual da população que avalia como ótimo ou bom o governo Dilma Rousseff interrompe a trajetória de recuperação da popularidade do governo iniciada em setembro, após o impacto das manifestações de junho.
Em junho, antes dos protestos, esse indicador estava em 55%. Em julho, uma pesquisa especial da CNI que mediu o impacto das manifestações na aprovação do governo registrou queda para 31%. A partir daí houve recuperação em setembro (37%) e novembro (43%).
A aprovação da maneira de governar caiu de 56% para 51% no mesmo período, após ter subido de 45% para 56% entre julho e setembro. Na medição de junho, feita antes das manifestações, a aprovação da maneira da presidenta governar estava em 71%.
“Os resultados de março mostram que houve queda em todos os indicadores”, disse o gerente de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca. “Um dos fatores importantes [para que isso tenha ocorrido] é o crescimento da inflação, principalmente na área de alimentos, o aumento de juros e o próprio receio de crescimento do desemprego, que, apesar de estar muito baixo, gera temor na população, já que o desaquecimento da economia pode aumentar o desemprego”, acrescentou.
Apesar de a inflação de alimento ser uma questão sazonal, ela acaba “contaminando outros preços na economia”, o que também influencia na queda dos indicadores, disse Fonseca. “Infelizmente, para o governo, o combate à inflação está sendo feito com aumento de juros, que também é uma das reclamações feitas pela população”.
Em nenhuma das nove áreas de atuação avaliadas pela CNI, o percentual de aprovação foi superior a 50%. A área mais bem avaliada foi a de combate à fome, com 48% de aprovação em março, ante 53% registrados em novembro passado.
Na área de combate a desemprego, a aprovação da atuação governamental ficou em 47%, mesmo índice de aprovação das atuações na área de meio ambiente. Apenas 39% aprovam a atuação do governo na área de educação; e 31% aprovam o que tem sido feito para combater a inflação.
A taxa de juros é aprovada por 28% da população, enquanto 27% aprovam as atuações na área de segurança pública; 26% na de saúde; e 24% na de impostos.
Apesar dos números desfavoráveis à aprovação do governo, Fonseca avalia ser “possível” uma reversão do cenário. “Entramos em ano eleitoral, e a presidenta Dilma vai começar a mostrar o lado positivo de seu governo e as coisas boas que ela fez. Obviamente, os outros candidatos vão tentar mostrar o contrário, trazendo maior debate sobre o desempenho do governo”.
A pesquisa comparou as avaliações entre os governos Dilma e Lula. Para 46% da população, o governo Dilma é igual ao governo Lula. Mas para 42% ele é pior, enquanto 11% o consideram melhor.
Agência Brasil