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BRASÍLIA e CURITIBA – A Polícia Federal prendeu manhã desta segunda-feira 24 pessoas acusadas de desvio de dinheiro público, tráfico de drogas, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, entre outros crimes. Um dos presos é Enivaldo Quadrado, ex-sócio da corretora Bônus-Banval, condenado no mensalão a penas alternativas. Quadrado foi preso em Assis, no interior de São Paulo. Com base em dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf ), a polícia calcula que o grupo movimentou mais de R$ 10 bilhões, dinheiro de origem ilegal.
Agentes da PF também apreenderam R$ 5 milhões em dinheiro, 25 carros, avaliados em mais de R$ 100 mil cada, joias e obras de arte. Quatrocentos policiais foram destacados para cumprir as prisões e também 81 mandados de busca e apreensão em 17 cidades, em seis estados: Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal. A base da operação da PF é em Curitiba (PR). São 18 mandados de prisão preventiva e dez mandados de prisão temporária.
Entre os presos também está o dono de um posto de combustível em Brasília, ligado ao doleiro Fayed Antoine Traboulsi. A operação, batizada de “Lava-jato”, é o desdobramento da operação Miqueias. Em Brasília, foi apreendido um Camaro amarelo. A PF fez busca na casa do jornalista Marcos Martinelli, em Porto Alegre, mas segundo o Blog do Ilimar, o mandado não estava no nome de Martinelli.
Também estão sendo cumpridas ordens de sequestro de imóveis de alto padrão, além da apreensão de patrimônio adquirido por meio de práticas criminosas, e bloqueio de dezenas de contas e aplicações bancárias.
No Paraná, a ação reuniu 40 policiais, que cumprem dois mandados de prisão, seis de condução coercitiva e nove de busca e apreensão em Curitiba, São José dos Pinhais, Londrina e Foz do Iguaçu.
— São pessoas que, por meio da compra e venda de grandes quantias em dólares, faziam a lavagem desse dinheiro de diversas maneiras, inclusive criando empresas fictícias no Brasil e no exterior, fazendo compras fictícias e encaminhando esse dinheiro para fora do país — disse o chefe da Comunicação da Polícia Federal no Paraná, Paulo Gomes da Silva.
Segundo Gomes da Silva, o grupo investigado é acusado de lavar dinheiro cuja origem vem de diversos tipos de crimes em todo o país:
— Esse grupo de pessoas investigadas, além de envolver alguns dos principais personagens do mercado clandestino de câmbio do Brasil, é responsável também pela movimentação financeira e lavagem de ativos de pessoas físicas e jurídicas envolvidas com diversos crimes, como tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, contrabando de pedras preciosas, desvio de recursos públicos, entre outros que serão agora objeto de investigação — disse o policial.
CARIRI DA GENTE
O Globo