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Os paraibanos estão se casando mais e antes dos 30 anos. É o que mostra a pesquisa ‘Registro Civil 2012’, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o estudo, a taxa de casamentos registrados, chamado pelo Instituto de nupcialidade legal, aumentou de 6,8, em 2011, para 7,2 em 2012, na Paraíba. O índice considera o grupo de mil habitantes e toma como base cônjuges de 15 anos ou mais. Em contrapartida, a taxa de divórcios no Estado, no mesmo período, não sofreu alterações e permanece 2,2 para cada grupo de mil habitantes.
Segundo a pesquisa, no ano passado foram realizados 20.554 casamentos na Paraíba, sendo 4.844 em João Pessoa. A Paraíba ocupa ainda a 5ª colocação no Nordeste como o Estado que mais realizou casamentos neste período. Conforme as estatísticas, os homens na faixa etária dos 25 aos 29 anos foram os que mais casaram (5.430 matrimônios). O mesmo fato foi registrado com as mulheres na faixa etária dos 20 aos 24 anos (5.562 matrimônios).
Ainda do total computado no Estado,16.616 ocorreram entre solteiros e a idade mediana desta parcela da população analisada foi de 27 anos para os homens e 24 para as mulheres. Conforme a pesquisa, a faixa etária para os dois sexos foi de dois anos a mais do que o registrado em 2011.
Essa é a realidade do locutor Juciê Santos, de 31 anos. Ele conta que conheceu a esposa, que tem 20 anos, em 2012 e há três meses os dois dividem o mesmo teto. “Nós namoramos pouco tempo, mas já foi o suficiente para saber que queríamos casar. Espero que dê tudo certo e que a gente continue pelo resto da vida”, revela.
Também casada, Fernanda Macena casou-se no final do ano passado, aos 22 anos. O marido também é jovem, apenas 24 anos. Assim como o caso de Juciê, os dois namoraram por menos de um ano. O casal integra outra estatística levantada pela pesquisa, dos grupos etários de pessoas dos 20 aos 24 anos que já estão casadas. De acordo com o IBGE, 5.026 homens, nesta faixa etária, casaram em 2012. Com as mulheres, o número é 5.562.
Outro dado da Paraíba na pesquisa foi o aumento no número de casamentos registrados de pessoas com 60 anos ou mais, comparando-se os anos de 2011 e 2012. Com os homens deste grupo foram computados 810 matrimônios em 2012 contra 740 no ano anterior. No caso das mulheres o número passou de 266 para 288, no mesmo período. A realidade de casamentos com o público idoso se repetiu com os jovens na faixa etária dos 15 aos 19 anos. No caso das pessoas do sexo masculino foram 910 casamentos este ano, contra 897 em 2011. Já com as mulheres, o número passou de 3.422 para 3.495 matrimônios. (Colaborou Luzia Santos)
DIVÓRCIOS
O pensamento do locutor Juciê Santos ilustra o desejo de todos os casais que decidem oficializar a união. Mas apesar do percentual de casamentos ter aumentado, a expectativa de duração dos matrimônios caiu dois anos, se comparada a expectativa de 2007. De acordo com o IBGE, o tempo médio transcorrido entre o casamento e a data de sentença do divórcio, registrado em 2012, foi de 16 anos. Dois menos do que o quantitativo dos cinco anos anteriores.
A pesquisa trouxe ainda outros dados correspondentes aos divórcios, como faixa etária dos cônjuges, guarda dos filhos e segunda união. O estudo apontou que a faixa etária média dos homens e mulheres que se divorciaram em 2012 permaneceu a mesma dos casais de 2002. Para os homens, a idade média na data da sentença do divórcio era de 42 anos. No caso das mulheres, a idade era de 39 anos.
Já quanto à guarda dos filhos menores de idade, a pesquisa revela que 89% das mulheres que se divorciaram judicialmente ficaram com a guarda dos filhos e somente 4,2% dos homens conseguiram esse benefício.
Outra realidade revelada no estudo foi o crescimento na percentagem da união entre divorciados e solteiros com divorciados, comparando-se os anos de 2011 e 2012. No primeiro caso, a percentagem entre divorciados subiu de 2,6% para 3%, na Paraíba. Já a dos casamentos entre mulheres divorciadas com solteiros passou de 3,3% para 3,9% e de homens divorciados com solteiras foi de 0,5% (8,5% para 9%).
O casal Luís e Marta Ferreira ilustra esses últimos números. Os dois estão casados há dois anos. Porém, ao contrário da esposa que nunca tinha sido casada, Luís conta que veio de um relacionamento anterior, que tinha durado 9 anos. “Sinto que agora é que estou em um casamento de verdade e espero que dure bastante”, disse empolgado.
Para o advogado especialista em Direito da Família, Valdomiro Sobrinho, uma das principais causas do aumento na quantidade de casamentos é a diminuição recente na carga burocrática do divórcio. “Acho que o casamento está mais fácil porque hoje em dia não há maiores dificuldades para desfazer a união. O divórcio está mais simples e acessível”, observa. “As pessoas estão arriscando mais e acertando mais por conta da quantidade de tentativas”, completa.
Análise da Notícia
QUANDO CASAM, AS PESSOAS ASSUMEM O COMPROMISSO DE FAZER UMA VIDA JUNTOS
“As pessoas não querem ficar sozinhas. Mas, por outro lado, têm medo de perder a liberdade. Vejo que aqui no Estado a gente tem uma grande quantidade de uniões que não foram registradas em cartórios. Nesse caso, o risco de separação é maior, porque a pessoa não faz um compromisso com nenhuma instituição, seja religiosa ou do estado. As pessoas deve entender que quando casam, assumem um compromisso de fazer uma vida juntos. Quando se casa na igreja, católica ou evangélica, esse compromisso é maior ainda. Uma tendência que tenho observado muito hoje, no caso dos católicos, é que as pessoas casam primeiro no civil e depois de 3 ou 4 anos, casam-se na igreja. O grau de dificuldade de manter um matrimônio acompanha os acontecimentos sociais da vida moderna”.
com JP