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Médico de Monteiro faz história contando sua própria vida

by Redação
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O Museu da Imagem e do Som e o Conselhor Regional de Medicina -CRM-PB executando o programa “MEMÓRIAS DA MEDICINA NA PARAÍBA”, em uma série de entrevistas com personalidades ligadas a medicina, vieram a Monteiro entrevistar o Dr. Nilo Feitosa de Oliveira no dia 26 de outubro de 2013, na Fazenda Garapa, no ano em que completou 70 anos de idade e 43 anos de médico. Comentário de quem viu e ouviu a gravação.

A vida do cidadão Nilo Feitosa nos primeiros 20 anos é fácil de ser contada, pois inclui quatro mudanças de atividade e residência.

– Quando menino veio da Fazenda São João em que nasceu para, em Monteiro, fazer o primário e ginasial.

– Depois foi a Recife fazer o científico e o curso médico, voltando dez anos após com o diploma na mão.

– Retornando ao Cariri Paraibano, foi viver em Sumé onde se casou com Telma Mayer.

– Doze anos mais tarde volta a Monteiro com a família e uma ampla experiência médica para ser empregada em beneficio da gente caririzeira.

A dificuldade de resumir a vida de um médico polivalente começa em 1970, quando recebeu registro Nº 30 do CRM-PB. Recém-formado, aceitou a laboriosa missão de unir forças com a Prefeitura e o povo de Sumé para instalar, capacitar pessoal e pôr em funcionamento o Hospital Alice de Almeida. Antes do hospital ficar pronto, fez Inúmeros partos em domicílio até fazer funcionar plenamente a Assistência Ambulatorial, Centro Cirúrgico e Internação.

DR. Nilo não rejeitava doente e pode-se dizer: enfrentava sem medo doenças de dentro e de fora do corpo. Nos anos 70 fazia assim quem sabia fazer, quem tinha a coragem de trocar o cheiro do mar pelo aroma da gente do interior. As especialidades médicas não haviam chegado por aqui e ainda hoje aparecem timidamente.

O jovem médico no inicio da década de 1970, fixou residência em Sumé numa casa anexa ao hospital. Sendo o único médico na cidade localizada no Cariri Ocidental da Paraíba, município vizinho de dez outros sem nenhum médico, Dr. Nilo esqueceu o que era dormir uma noite sossegada. Desde a falta d’água no hospital ao atendimento de uma hemorragia aguda, era o doutor chamado para resolver. Assim ele passou 12 anos de plantão sem ser rendido, não tinha substituto, acostumou-se a ser chamado a qualquer hora do dia ou da noite. Partejou centenas de mulheres, inclusive Telma que teve três filhas: Monica, Juliana, Marta e o caçula, Danilo.

Clínico Geral, obstetra, anestesista, cirurgião, ortopedista, psiquiatra, pediatra, de tudo fazia um pouco e para aquele doente atendido, não era pouco, era tudo que ele precisava e encontrava no jovem médico.

Foi plantonista do Ex-SAMDU e do Hospital Regional Santa Filomena, de Monteiro. Nos últimos anos dedicou-se à cirurgia geral, talvez pensando em ensinar os primeiros passos ao filho Danilo, agora já cirurgião desenvolto em procedimentos de alta complexidade. A família e a medicina foram e continuam sendo os valores sublimes deste grande médico, que admiti que assim fosse desde o tempo em que foi meu acadêmico attaché no Serviço de Pronto Socorro do Recife nos idos da década de 1960.

Com a documentação elaborada pelo Órgão de Classe evitando assim que uma vida de trabalho caia no esquecimento, nós monteirense nos congratulamos com o CRM-PB e com Dr. Nilo Feitosa de Oliveira, que é exemplo de chefe de família e de médico.

Com Juracy Nunes

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