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A Câmara do Patrimônio Imaterial, instância do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, ligado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), concedeu parecer favorável à solicitação de Registro das Matrizes do Forró como Patrimônio Cultural do Brasil. O pedido de registro foi aberto no dia 16 de junho de 2011, pela Associação Cultural Balaio Nordeste, que protocolou oficialmente a documentação na Superintendência do Iphan no estado da Paraíba. Na ocasião, subscreveram o pedido de registro a Secretaria de Estado da Cultura da Paraíba (Secult-PB) e a Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), junto a um abaixo-assinado composto por 423 assinaturas advindas da sociedade civil.
Como encaminhamento, a Câmara do Patrimônio Imaterial indicou que o Iphan dê início ao processo de Registro do bem cultural, ressaltando a importância de um aprofundamento teórico sobre a questão. O foco para o desenvolvimento das instruções para o Registro vai ser orientado sobre a expressão “Matrizes do Forró”, que recorta o objeto e o diferencia das manifestações mais atuais do gênero musical.
Outro ponto destacado pelo parecer do Iphan é um estudo sobre os saberes associados ao forró como elemento estruturante de suas matrizes, características estas que agregam maior valor patrimonial ao registro, se adequando a prática preservacionista aplicada pelo Instituto.
Para o secretário de Estado da Cultura, Chico César, “as matrizes do forró inserem-se na definição identitária do homem nordestino que, historicamente, com o forró deixa de ser ‘nortista’, em oposição ao ‘sulista’, e assume aí um lugar simbólico especial, dele, nosso. A própria autoestima do homem nordestino e sua autoimagem, a partir dos cocos, os baiões de viola, o aboio, os brinquedos juninos e natalinos, condensados na figura de Luiz Gonzaga, foram aí redescobertas e reinventadas”.
Neste sentido, Chico César ressaltou ainda a política de registro do patrimônio imaterial como um instrumento fundamental para o fortalecimento simbólico do Estado e da região, e refletiu sobre as possíveis consequências após o registro. “As cadeias produtivas e informais criadas em torno do forró e seus afazeres, como a música, a indumentária, a rica gastronomia e a cachaça, o artesanato, serão potencializados com este reconhecimento”, analisou o secretário.
O processo de registro será realizado em parceria com a Superintendência do Iphan na Paraíba, podendo os demais Estados do Nordeste aderirem ao processo à medida que aconteçam reuniões preliminares do fórum criado para debater o tema e com os entes públicos e privados interessados na preservação do forró tradicional.