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A falta de estrutura que prejudica o trabalho dos médicos foi confirmada por estatísticas oficiais. Segundo o estudo “Perfil Básico dos Municípios Brasileiros 2011”, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 51 cidades paraibanas não possuem nenhum estabelecimento de saúde. A situação obriga a população a migrar para outras localidades quando precisa de assistência médica. E, mesmo nas 172 cidades onde há alguma instituição de saúde, a assistência à população ainda é deficitária.
As maternidades só estão presentes em 62 municípios paraibanos, sendo que apenas cinco têm unidades interligadas e seis possuem posto de cartório. Já as unidade de atendimento de emergência só existem em 63 cidades, enquanto que os laboratórios de análises clínicas estão disponíveis apenas em 157 cidades e as farmácias populares só existem em 54 localidades do Estado.
Por conta dessa realidade, a Paraíba é o Estado do Nordeste com a maior quantidade de municípios sem nenhum estabelecimento de saúde, ficando atrás apenas do Piauí, onde há 117 cidades sem essa assistência.
Apesar dessa realidade, o presidente do CRM-PB, João Medeiros, consegue apontar mudanças. Ele lembra que, mesmo diante de tantos problemas, a assistência pública à saúde melhorou em relação a décadas passadas. “Eu me formei em 1972, numa época que os laboratórios das universidades eram bem rudimentares. Não havia a quantidade de exames que existem hoje e o médico se valia muito da conversa com o paciente”, lembra.
“Os hospitais eram mais simples, não tinham UTI (Unidade de Terapia Intensiva) nem setor de imagens e nem o SUS (Sistema Único de Saúde). Por isso, o atendimento não era universal. As pessoas que não tinham carteira de trabalho assinada só recebiam atendimento de graça nas casas de misericórdia”, acrescentou.
Só em 1988, quando a Constituição Federal do Brasil foi promulgada, é que a saúde ganhou novos investimentos. “O SUS foi criado e permitiu que as pessoas tivessem direito a assistência médica em todas as instituições mantidas pelo governo. Sem dúvida, isso foi um grande avanço para a saúde como um todo”, declarou João Medeiros.
Apesar dos problemas que afetam a atuação do médico, a categoria ainda possui motivos para comemorar neste 18 de outubro, dia dedicado aos profissionais da medicina. “Ainda somos uma das mais belas profissões e estaremos sempre prontos para atender nossos pacientes com zelo e carinho. Não somos Deus. Por isso, também erramos e temos nossos defeitos”, diz o presidente do Sismed-PB, Tarcísio Campos.
“Mas, com certeza, os verdadeiros médico e médica são guerreiros que, às vezes, sacrificam as horas que poderiam estar com suas famílias ou descansando para trabalhar e tentar diminuir a dor dos mais necessitados”, acrescentou.
Com Jornal da Paraíba