o da cultura Ariano Suassuna; o multi-instrumentista Sivuca; Zé da Luz com a projeção de um Brasil matuto; Antonio Bento exímio crítico de arte e personagem paraibano na obra Macunaíma de Mário de Andrade; Melo Leitão o fundador da aracnologia na América do Sul; Pinto do Monteiro, um dos maiores vates da viola nordestina; Margarida Maria Alves, expressão de ponta no reclame pela justiça camponesa; Anayde Beiriz poetiza que influiu sobre a Revolução de Trinta na Paraíba; mas ainda expoentes como José Lins do Rego, Zé Américo, Pedro Américo, Augusto dos Anjos, Miguel Guilherme, e mais paraibanos, uns com certa evidência, outros habitando na penumbra da frágil memória, quando não, no breu do esquecimento que aqui estão lembrados no cordel e na xilogravura de Josafá de Orós.
O Projeto Paraíba Grande Nomes prossegue com seu calendário de exposições sobre as personalidade do Estado da Paraíba
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A exposição do Projeto Paraíba Grandes Nomes foi iniciada nesta sexta-feira, 11 de outubro, na Estação Cabo Branco (Estação Ciência), João Pessoa-PB e deverá ficar no local até o próximo dia 15. A exposição também está sendo exibida, paralelamente, na Escola Machado de Assis, no Distrito de Campinote, zona rural de Lagoa Seca.
A exposição é parte integrante do projeto “Paraíba Grandes Nomes: A Xilogravura e o Cordel, Apresentando Importantes Personalidades do Estado” que já passou pelos municípios de Aparecida, São Bento, Sousa, Sapé, Cajazeiras, Cuité, Barra de Santa Rosa, Gurinhém, com visitação de centenas de estudantes, professores e o público em geral.
Recentemente, a exposição esteve exposta por 10 dias no Casarão Zé Rufino, no município de Areia, durante o período que envolveu o evento Brega Areia.
“Em cada lugar temos experiências singulares de interesse do alunado e da população por esses valores paraibanos que de alguma maneira fazem parte do nosso próprio sangue. Penso que após concluirmos esses compromissos iniciais com o MINC e com o BNB, deveríamos levar esse projeto para todas as escolas do Estado, senão para todos os municípios”, disse o sociólogo, escritor e artista plástico Josafá de Orós, que coordena o Projeto.
“Tenho aprendido que o povo gosta de coisa boa e de novidades, mas, vejo que a oferta direta ainda não faz parte da nossa política cultural. Estamos avançando, mas, muito lentamente”. “Além disso, o envolvimento de professores de história, literatura tem inovado e qualificado os resultados que a mostra produz”, destaca Orós.
O Nordeste é um celeiro de grandes nomes, dos quais, infelizmente, pouco se fala. São intelectuais, políticos, artistas dos mais diversos ramos da criação humana, nascidos nestas terras ensolaradas que conquistaram com esforço e bravura um lugar na história e que, fora das nossas fronteiras, essas figuras são largamente estudadas e aplaudidas. Para divulgar estes nomes paraibanos, Josafá de Orós, vem mostrando esse prodigioso acervo através de exposição itinerante composta por 30 painéis onde são apresentadas as personalidades através da xilogravura e de versos em formato de cordel.
O Paraíba Grandes Nomes apresenta a grandiosidade de personalidades como João Pedro Teixeira, por ser este um dos primeiros mártires dos conflitos agrários no Nordeste; Félix Araújo, que sendo soldado raso nos campos da Itália, instigava seus pares à vigilância da democracia então ameaçada; o gênio de Celso Furtado que foi certamente um dos economistas brasileiros mais conceituados do mundo, no entanto tão pouco comemorado no seu país e muito menos no seu Estado. O projeto apresenta ainda poetas como Manoel Camilo dos Santos, autor do onírico clássico Viagem a São Saruê; o genial guerreir
“As nossas escolas – que muitas vezes levam os nomes dessas personalidades – precisam, pois, conhecer os seus heróis de carne e osso e, na pretensão de preencher tal lacuna, temos escrito plaquetes, muitas vezes já em forma de cordel ressaltando alguns traços desses personagens. O que vínhamos fazendo por nossa conta e risco tem agora a aquiescência e a sensibilidade do Ministério da Cultura e do Banco do Nordeste do Brasil, estes se revelando por sua vez, como entes visionários, leitmotiv no âmbito cultura, esboçando interessantes diretrizes para o nosso desenvolvimento nacional num contexto de globalização de inspiração demagógica e excludente. Visões como essa do BNB, não têm apenas forjado suas próprias políticas institucionais internas, mas vêm promovendo sobre o mundo empresarial e sobre as políticas públicas, mudanças estruturais nas formas dessas instituições e empresas lidarem com o saber, notadamente sobre os âmbitos da cultura e da arte”, disse Josafá de Orós, coordenador do Projeto. Para ele, “quem investe em cultura tem retorno garantido e, toda empresa com mentalidade no século XXI, cada vez bem mais, sabe disso”.
“Para construir um projeto memorialístico dessa magnitude e tão necessário a valorização da nossa cultura e ao fortalecimento do nosso povo, nos debruçamos sobre amplo e maravilhoso acervo, para – feito barro nas mãos do oleiro – moldá-lo, sob a égide do frondoso universo da poesia popular, e apresentarmos nomes tão singulares quanto poderosos que o nosso Estado fartamente vem produzindo ao longo de séculos”. “Com este projeto lançou-se apenas uma ideia e uma provocação”, destaca Josafá, enfatizando que “em algum momento haverá a Paraíba de dignar-se a desenvolver robusto programa memorialístico estadual evidenciando as grandes presenças paraibanas através das suas pontuações originais, dos seus extraordinários feitos, quando não também de suas presenças graciosas e pitorescas, pelos elementos simples que nos engrandecem enquanto povo”.
Ele destaca que “o Ministério da Cultura (através da Lei Rouanet) e o BNB quando se juntam nesse esforço demonstram que nunca é tarde para salvar a pátria pela cultura, e, no cumprimento de seus papéis de incentivadores oferecem dignidade à formação do nosso povo, tão assediado pelo exógeno e, cada vez mais, povo que cada vez mais vem se apresentando como carente de alma própria”.
Outras informações sobre o projeto através do e-mail josafadeoros@gmail.com e do telefone (83) 9313-0959, com Josafá de Orós.
CARIRI DA GENTE
(Rosenato Barreto)