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Neste domingo (29), Dia Mundial do Coração, um alerta: no Brasil, uma em cada cinco mulheres adultas está em risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Segundo a cirurgiã cardiovascular Magaly Arrais, do Hospital do Coração de São Paulo (HCor) e do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, embora os homens ainda sofram mais infartos, as doenças cardíacas estão se tornando mais fatais em mulheres. Ela aponta o estilo de vida moderno, a diferença nos sintomas e a falta de acompanhamento médico como as possíveis causas que levam a essa mortalidade entre elas. Na Paraíba, as doenças cardíacas ainda fazem mais vítimas fatais do sexo masculino (25.481 homens morreram entre 2000 e 2013 e 23.600 mulheres foram vítimas). Porém, este ano, as doenças cardiovasculares já mataram mais mulheres do que homens: foram 1.455 óbitos de pessoas do sexo masculino e 1.530 em vítimas do sexo feminino, segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) da Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB). Nesses dados do SIM estão mortes por doença reumática crônica do coração, doenças hipertensivas, infarto, miocardiopatias, insuficiência cardíaca e outras doenças isquêmicas.
“No mundo atual, a mulher geralmente acumula vários papéis: trabalha fora, cuida da casa e da família. O ritmo acelerado a expõe ao estresse e favorece hábitos pouco saudáveis, como sedentarismo e má alimentação, que levam ao sobrepeso e à obesidade,” explicou a médica. Para ela, este é um dos fatores de risco mais preocupantes, já que 48% da população feminina no País está acima do peso. O índice de obesidade entre elas cresceu de 11% para 18% desde 2006, segundo dados do Ministério da Saúde.
“Quando a mulher fuma e usa pílula anticoncepcional, os riscos cardiovasculares são triplicados,” afirma Magaly Arrais. Outro fator importante é o envelhecimento, nessa fase da vida a pressão arterial e o nível de colesterol tendem a aumentar. “Nas mulheres, a partir dos 45 anos pode começar a diminuição dos níveis hormonais e com a chegada da menopausa, a incidência de doenças do coração aumenta,” complementa.
Falta de acompanhamento médico
“As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no país e correspondem a aproximadamente 30% do total de todas as mortes de mulheres, enquanto o câncer de mama é responsável por 2%,” completou a médica Magaly Arrais. Ela destaca que as mulheres estão alerta sobre o perigo do câncer de mama e não deixam de ir regularmente ao ginecologista, mas não pensam na prevenção das doenças do coração e nem conhecem os fatores de risco. “É importante criar o hábito de visitar anualmente um cardiologista, assim como fazem com o ginecologista,” aconselhou a cirurgiã.
Elas podem apresentar sintomas diferentes
As mulheres podem apresentar sintomas muito diferentes dos homens. “O sintoma característico do infarto é uma forte dor no peito que irradia para os braços, acompanhada de náuseas e sudorese fria. Comumente, as mulheres apresentam sintomas como dores nas costas, cansaço aos esforços, fraqueza, dores gástricas e falta de ar. O infarto é a morte do músculo cardíaco ocasionado pela oclusão da artéria coronária que deveria levar o sangue para nutri-lo”, explicou Magaly Arrais. Segundo ela, esses sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças, ocasionando uma demora na identificação de um problema cardiovascular, ou seja, quando a paciente descobre a doença, ela já evoluiu.
Fatores de risco
Os fatores de risco cardiovascular são os mesmos para as mulheres e os homens. Mas, enquanto alguns desses fatores não podem ser controlados, como sexo, idade e histórico familiar, a maioria deles podem ser evitados por meio de mudanças de comportamento. Alguns fatores que podem ser modificados são o tabagismo, a obesidade, a má alimentação e o sedentarismo.
80% das mortes por infarto e AVC são evitáveis
O infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC) são responsáveis por cerca de 17 milhões de mortes, por ano, em todo o mundo, de acordo com estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). A boa notícia é que, segundo a OMS, até 80% desses óbitos podem ser evitados com prevenção e hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, atividades físicas regulares (pelo menos 30 minutos por dia), redução do estresse e fim do tabagismo.
com Vitrine do Cariri