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A equipe de reportagem do Portal Correio teve acesso nesta quinta-feira (15) a um trecho das gravações feitas com autorização da Justiça, no qual dois homens conversam. Segundo as investigações, um deles seria o vereador da Câmara Municipal de Bayeux e ex-policial militar Arnóbio Gomes Fernandes (PSL), preso na última quarta-feira (14), acusado de vender munição e armas no ano de 2011.
Em um dos diálogos, o vereador – descrito como “Chefe” – estaria conversando com uma pessoa identificada apenas como ‘Ró’. Na época, Arnóbio ainda era sargento da Polícia Militar. Ele pede para que o suposto traficante, que também seria integrante de uma facção responsável por tentativa de homicídio em Bayeux, para ser esconder da polícia.
Em outra parte da conversa, os dois falam sobre a venda de armas. Arnóbio estaria oferecendo um revólver calibre 38 e uma pistola 357.
Noutra ligação telefônica, a conversa parece ter sido realizada entre Arnóbio e uma pessoa identificada como “Maciel”. Neste trecho, o suposto traficante liga para o vereador e combina a entrega do dinheiro que seria fruto da venda da arma. Arnóbio Gomes ainda estaria pedindo para o traficante adicionar R$ 20 para colocar gás natural no carro.
Arnóbio Gomes negou as acusações: “Estou com a consciência limpa, em 2011, não estava mais na rua. Agora vou aguardar e mostrar minha defesa. Quero dizer a população de Bayeux que vou voltar firme e forte e trazer muita alegria à cidade”, disse.
Ele já foi preso duas vezes e também foi expulso da Polícia Militar em 2013. Relembre o caso.
Vereador é preso dentro da Câmara de Bayeux, acusado de vender armas e munições
O vereador Arnóbio Gomes Fernandes (PSL), da Câmara Municipal de Bayeux (região metropolitana de João Pessoa), foi detido por volta das 15h30, desta quarta-feira (14). A prisão se deu em cumprimento a um mandado de prisão expedido pela juíza Maria Emília Neiva, titular da Vara de Entorpecentes da Capital.
Arnóbio Gomes foi preso por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes de João Pessoa e foi encaminhado à Central de Polícia na Capital. A informação foi confirmada pelo repórter Emerson Machado, da TV Correio.
O delegado Allan Murilo Terruel interceptou o vereador quando ele estava em reunião com uma comissão permanente da Câmara, sob alegação de venda de munição e armas no ano de 2011. Arnóbio Gomes negou as acusações: “Estou com a consciência limpa, em 2011, não estava mais na rua. Agora vou aguardar e mostrar minha defesa. Quero dizer a população de Bayeux que vou voltar firme e forte e trazer muita alegria à cidade”, disse.
Arnóbio Gomes já havia sido preso em setembro de 2012, durante a ‘Operação Esqueleto’. Na época era candidato a vereador. A operação foi desencadeada pelas Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal. Segundo as investigações, ele integrava um grupo responsável por 60% dos homicídios praticados em 2011, na Grande João Pessoa.
Durante o cumprimento de 50 mandados de prisão em 2012, o sargento Arnóbio, da Polícia Militar, foi detido acusado de realizar a segurança do sub-chefe da facção criminosa ‘Al Qaeda’, identificado apenas como ‘He-man’.
O nome do sargento é Arnóbio Gomes Fernandes, 46 anos. Ele é natural de Mari, na região da Mata paraibana, distante 65 quilômetros da capital João Pessoa, e tem apenas curso superior incompleto. No site do Tribunal Superior Eleitoral (DivulgaCand), Sargento Arnóbio declarou possuir uma casa no valor de R$ 200 mil.
O sargento Arnóbio Gomes Fernandes também já havia sido preso na Operação ‘Águas Limpas’, deflagrada no mês de agosto de 2010. Na época, ele foi acusado de tráfico de armas e formação de grupos de extermínio no Estado.
De acordo com o delegado do Grupo de Operações Especiais (GOE), Cristiano Jacques, responsável pela ‘Operação Esqueleto’, os policiais vasculharam ruas das cidades para desbaratar a facção criminosa ‘Al Qaeda’, responsável por uma onda criminosa na região metropolitana de João Pessoa e na cidade de Patos, no Sertão paraibano, distante 300 quilômetros da Capital.